Oração ao Sagrado Coração de Jesus
Jesus, Senhor do perdão,
fonte de paz e de graça
para os nossos corações.
Conforto dos pecadores,
alento de quem Vos reza,
força de quem Vos procura,
porque em Vós quer encontrar-se.
Nossas lágrimas são preces,
nossas lágrimas são gritos,
dizei, Senhor, à nossa alma:
Sou a tua salvação.
Quando a noite nos envolve,
ficai connosco, Senhor,
enchei de luz o silêncio
das nossas horas de sombra.
Jesus, bondade inefável,
nunca nos falte na vida,
Senhor, a Vossa clemência
e caridade infinita.
Jesus, nascido da Virgem,
nós Vos louvamos, cantando,
e sempre Vos louvaremos
na glória do vosso reino.
Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
POVO PEREGRINO
A peregrinação é uma experiência física e espiritual frequente no nosso mundo. Pessoas, famílias, grupos e mesmo multidões põem-se a caminho, por vezes longo, durante horas ou dias. Deixam a sua casa e dirigem-se a um lugar santo, o santuário, para viver com maior intensidade a comunhão com Deus ou a devoção calorosa à Virgem Maria ou a algum santo. No coração, levam a gratidão por algum favor alcançado, a prece, por vezes, motivada pela amargura de difíceis situações da vida, ou simplesmente o ardor de uma fé que se quer manifestar e reforçar. Ao regressar ao seu lar e à vida quotidiana, o peregrino leva na alma a paz recebida e um calor espiritual que dá novo ânimo à convivência com os outros e ao seu trabalho.
A Igreja, nas suas expressões comunitárias, paroquiais e diocesanas, revela-se como um povo peregrino e fortalece-se nesta sua experiência da caminhada espiritual. Na peregrinação, em verdade, congregando-se uma multidão de fiéis mais ou menos numeroso, estes vivem a comunhão no amor de Cristo e sentem-se mais membros de uma grande família espiritual. Falando da peregrinação a Fátima, D. António Marto escreveu: A peregrinação diocesana é uma marcha solidária de um povo de peregrinos que caminham juntos ao encontro da Mãe do Bom Conselho para com ela renovarem a sua fé, fazerem a revisão de vida, saborearem a experiência viva daquela comunhão que constitui o coração da Igreja.
A experiência comunitária da peregrinação manifesta uma dimensão importante da Igreja: a sua característica de povo peregrino no mundo a caminho do santuário eterno, da morada de Deus. Esta sua condição lembra-lhe as suas fragilidades e fraquezas. Ela está no mundo e tem em si as marcas deste. Por isso, precisa de reconhecer essas suas limitações, abrir-se à graça divina e cooperar com ela para que nela brilhem mais as graças e as maravilhas divinas do que as marcas do mundo.
Na verdade, a Igreja está no mundo, mas não lhe pertence. Ela é do Céu e para ele se dirige. É essa a sua vocação, que marca todo o seu ser e viver. Entretanto, ela vive no provisório, pelo que não se pode apegar nem deixar prender por nada. Isso não quer dizer que não saiba valorizar as coisas do mundo. Dá-lhes é um valor relativo, usa-as como meios em função da sua vocação e missão divinas. Deste modo, torna-se capaz de denunciar as absolutizações dos bens, do poder, do prazer ou de qualquer realidade do mundo. Com peregrino, o povo de Deus caminha para Ele como seu único bem. E deixa para trás tudo o que lhe pode impedir a sua viagem para a eternidade.
Concílio Vaticano II exprimiu com clareza esta visão da Igreja, comparando-a com o antigo povo de Deus. Como este “peregrinava no deserto”, assim o novo povo “caminha no tempo presente e se dirige para a futura e perene cidade (cfr Heb 13-14)”, onde se encontrará com Cristo, seu Senhor e seu Esposo. Cheia do Espírito de Deus, a Igreja vai ao encontro de todos os homens e povos, para lhes comunicar o amor divino e os congregar na fé que salva, já que Deus quer que “ela seja para todos e cada um sacramento visível da unidade”. Na verdade, “destinada a estender-se a todas as regiões, ela entra na história dos homens, ao mesmo tempo que transcende os tempos e as fronteiras dos povos. Caminhando por meio de tentações e tribulações, a Igreja é confortada pela força da graça de Deus que lhe foi prometida pelo Senhor para que não se afaste da perfeita fidelidade por causa da fraqueza da carne, mas permaneça digna esposa do seu Senhor, e, sob a acção do Espírito Santo, não cesse de se renovar até, pela cruz, chegar à luz que não conhece ocaso” (LG 9).
Padre Jorge Guarda
Fonte: Canção Nova
Etiquetas:
peregrinação no deserto,
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