Recados para Orkut


SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, EU VOS AMO!

Oração ao Sagrado Coração de Jesus

Jesus, Senhor do perdão, fonte de paz e de graça para os nossos corações. Conforto dos pecadores, alento de quem Vos reza, força de quem Vos procura, porque em Vós quer encontrar-se. Nossas lágrimas são preces, nossas lágrimas são gritos, dizei, Senhor, à nossa alma: Sou a tua salvação. Quando a noite nos envolve, ficai connosco, Senhor, enchei de luz o silêncio das nossas horas de sombra. Jesus, bondade inefável, nunca nos falte na vida, Senhor, a Vossa clemência e caridade infinita. Jesus, nascido da Virgem, nós Vos louvamos, cantando, e sempre Vos louvaremos na glória do vosso reino. Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Maria: a mulher do Gênesis ao Apocallipse


“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”
Maria é alvo freqüente de ataques por nossos irmãos separados. Muitos, até, com ódio de nossa Mãe. Que filho suporta ouvir absurdos de sua mãe? Jesus é filho de Maria. Como fica seu coração com tais atitudes?

A exegese atribui a MULHER do Gênesis também a Maria: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15). Maria é a mulher que pisa na cabeça da serpente. Pela desobediência, Eva nos trouxe a morte, mas Maria, com sua obediência, nos trouxe a Salvação: Jesus.

Maria, com seu SIM e humildade, ESMAGA a cabeça da serpente, derrota Satanás. “Maria tornou-se a nova Eva, Mãe dos viventes” (CIC 511). Maria foi concebida sem pecado. Seu corpo não poderia ser manchado com o pecado original, pois iria receber o Salvador, o Verbo que se fez Carne em seu ventre! Seu corpo foi templo do Filho de Deus, Sacrário vivo.

Maria foi escolhida por Deus desde a eternidade! Quem somos nós para menosprezar esta escolha? Desde o Antigo Testamento Maria é anunciada! “Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Isaías 7, 14).

Maria é Mãe de Deus, pois Jesus é Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus! (CIC 484-507). Maria teve em seu ventre O Homem e Deus! Como separar o corpo do espírito? Maria não deu à luz um monte de ossos, mas um corpo com carne e espírito! Deu à Luz o Filho de Deus: Jesus.

O anjo Gabriel a chama Bem Aventurada, cheia de Graça, diz que Deus está com ela! Deus falou assim a algum profeta ou iluminado? Maria sempre humilde, obediente, modelo de fé. Entregou-se à vontade de Deus! “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 28).

O Espírito de Deus estava com ela. O anjo disse a Maria que Isabel estava no 6º mês de gravidez e Maria viajou cerca de 120 km para servi-la. Maria foi serva: serva de Deus, de Isabel, de Jesus, dos discípulos de Jesus. Lembrem-se, Isabel não sabia que Maria estava grávida. Ninguém sabia, nem José! Quando Maria a saúda, Isabel grita: “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 43-44). Maria, cheia do Espírito Santo, saúda-a e Isabel fica cheia do Espírito Santo.

Maria foi canal da Graça e Espírito de Deus! Maria repleta do Espírito Santo, diz: “desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas” (Lc 1, 46-56). Como desprezar estas palavras? Hoje muitos as esqueceram!

Muitos esquecem que ela carregou e adorou Deus em seu ventre. Qual é a mãe que desde o Ventre não cuida de seu filho? Quando bebê, Maria fez Jesus dormir, esperou que Ele dormisse e, nesta espera, adorava Deus ao lado de sua cama. Maria foi a maior adoradora de Jesus que existiu! Ela O adorou no ventre, na infância, adolescência, quando adulto, no calvário, e quando ressuscitado!

Maria conviveu com Jesus por 33 anos. Os apóstolos e seus discípulos só estiveram com Ele por cerca de três anos! Como ignorar estes 33 anos? Tudo que Jesus sentiu Maria sentiu! Qual a mãe que não sente as dores e as alegrias do filho? “E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2, 35). Alguém pode imaginar a dor de Maria ao ver seu Filho inocente e justo sendo chicoteado, maltratado, morto na cruz? Doeu, mas ela não murmurou, apenas confiou na vontade do Pai, entregando seu sofrimento a Ele.

Em Caná, comovida com a situação dos noivos, intercedeu por eles. Jesus disse que sua hora ainda não chegara, mas Maria vê a necessidade, e diz aos serviçais: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2, 3?5). Jesus atende o pedido de sua Mãe e antecipa Sua hora. Inaugura-se a intercessão de Nossa Senhora, da Mulher, da cheia de Graça diante de Deus.

Maria é exemplo de silêncio e humildade para todos nós. Ela “Guardava e meditava tudo em seu coração” (Lc 2, 51). Ela, sempre com Jesus, acompanhou tudo de perto, em silêncio. Quando Jesus a vê aos pés da cruz, Ele doa sua mãe à humanidade, entrega Maria como Mãe dos viventes. “Mulher, eis aí teu filho. Filho: “Eis aí tua mãe”. “E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” (Jo 19, 26-27). Devemos, como João, levar Maria para casa, para cuidar de nós e levar-nos em direção ao Seu Filho.

Maria é a mulher do Gênesis ao Apocalipse! “Uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro” (Ap 12, 1). Quem usa coroa, senão uma rainha? Maria é Rainha do Céu e da Terra!

Satanás tem ódio de Maria, de sua obediência, de sua humildade! “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra contra os seus descendentes, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus” (Ap 12,17). Ele sabe que não tem forças contra Deus ou Maria, por isso nos ataca, nós, os descendentes d’Ela, que seguimos os mandamentos de Deus. Maria passa à nossa frente, nos defendendo, pois “Vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa devorar” (I Pe 5,8). Somos vencedores com Maria pela Ressurreição de Jesus, pois somos a Igreja de Cristo e “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).

Levemos Maria para casa, pois o Leão tem medo de Maria! Maria é guerreira! Na Guerra espiritual o inimigo sabe que Maria é vitoriosa com Jesus.

Defendamos nossa Mãe. Quem ao ouvir falar de sua mãe não a defende? Defendemos Maria de duas maneiras: com uma arma muito forte, a oração do Rosário; e fazendo que mais filhos tornem-se devotos de Nossa Senhora. Rezemos mais o terço e consagremos nossas vidas a Nossa Senhora!

Fonte: Vocacionados Menores/ADF

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A amplitude da nossa vontade


Se São Tomás diz que em certos homens – o avarento, por exemplo – a concupiscência das riquezas é infinita, que dizer então do desejo da vontade espiritual? Quanto mais elevado for o conhecimento dos bens espirituais superiores e do bem supremo, mais aumentará este desejo espiritual; e a fé cristã diz-nos que só Deus visto face a face a pode encher.

Portanto, a nossa vontade, em certo sentido, é verdadeiramente de uma grandeza sem limites.

Por isso, a bem-aventurança ou verdadeira felicidade, que o homem já deseja naturalmente não pode encontrar-se em nenhum limitado ou restrito, mas unicamente em Deus, conhecido pelos menos naturalmente e amado efetivamente acima de tudo.

São Tomás demonstra que a beatitude do homem, pelo fato de este conceber o bem universal, não pode consistir nas riquezas, nem nas honras, nem na glória, nem no poder, nem em qualquer outro bem do corpo ou bem infinito da alma, como a virtude, nem em nenhum bem limitado. E o argumento com que prova a sua afirmação baseia-se na própria natureza da nossa inteligência e da nossa vontade.

Quando julgamos ter encontrado a felicidade no conhecimento duma ciência ou na amizade duma pessoa nobre, depressa nos apercebemos de que é um bem limitado, o que fazia dizer a Santa Catarina de Sena: “Se quiserdes que uma amizade dure, se quiserdes saciar-vos por muito tempo com este corpo, deixai que ele se encha sempre na fonte de água viva; doutro modo, ele deixará de poder corresponder à vossa sede”.

Com efeito, é impossível que o homem encontre a verdadeira felicidade, que deseja naturalmente, em qualquer bem limitado, porque a sua inteligência, verificando imediatamente o limite, concede um bem superior e, naturalmente, esse bem é desejado pela vontade.

Se nos fosse concedido ver um anjo, vê-lo imediatamente, na sua beleza supra-sensível, puramente espiritual, a princípio ficaríamos maravilhados; mas a nossa inteligência, que concebe o bem universal, não tardaria a dizer-nos: isto ainda não passa de um bem finito e, portanto, muito pobre em comparação com o Bem por essência, sem limites e sem mistura de imperfeição.

Mesmo a soma de todos os bens finitos, misturados com imperfeição, nunca pode constituir o Bem por essência que concebemos e desejamos, assim como uma multidão inumerável de idiotas jamais pode equipara-se a um homem de gênio.

Extraído do livro: “O Homem e a Eternidade” de R. Garrigou – Lagrange
Fonte: ASCJ

Maria foi misericordiosa na terra


Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina São Epifânio chama a divina Mãe de onividente, pois, como Mãe desvelada, é toda olhos para atender às nossas misérias na terra e aliviá-las. Perguntaram um dia ao demônio, quando era esconjurado de um processo, qual a ocupação de Maria.

Respondeu o interrogado: sobe e desce. Queria dizer que essa bondosíssima Rainha desce sem cessar à terra para trazer graças aos homens, e sobre aos céus para obter favorável despacho às nossas preces.

Tem razão portanto, Santo André Avelino ao chamá-la administradora dos bens do paraíso, porque continuamente está às voltas com a Misericórdia, impetrando graças para todos, tanto para os justos como pecadores.

Os olhos do Senhor estão sobre os justos, diz Davi (Sl 33,16). Mas os de nossa Rainha, diz Ricardo de São Lourenço, estão voltados tanto sobre os justos como sobre os pecadores. São olhos de mães os olhos de Maria, acrescenta ele, e a mãe vela não só para que o filho não caia, senão também para levantá-lo após a queda.

Claramente, o próprio Jesus Cristo o deu a entender a Santa Brígida, dizendo em sua presença à Santíssima virgem: Minha Mãe, pedi-me tudo quanto quiserdes! Eis que o Filho repete no céu a Maria, folgando em satisfazer a todos os rogos de sua querida Mãe. Ora, o que pediu então Maria?

Ouviu-a Santa Brígida responder ao Filho: Imploro misericórdia para os infelizes. Como se dissesse: Meu Filho, vós me destinastes a ser Mãe de Misericórdia, refúgio dos pecadores, advogada dos infelizes.

Dizeis agora que vos peça o que quiser. Que posso eu desejar, senão que useis de misericórdia para com os miseráveis? Assim, ó Maria, sois tão cheia de compaixão, exclama são Boaventura ternamente, tão extremosa em socorrer os infelizes, que pareceis não ter outro desejo nem outra ocupação.

De todos os pobres são os pecadores os maiores, e por isso Maria implora continuamente ao Filho em favor deles, assevera Beda.

Durante sua vida na terra, tinha a Virgem um coração cheio de piedade e ternura para com os homens, observa São Jerônimo; mas tinha-o de tal forma que ninguém pode sentir tão vivamente suas próprias aflições, como Maria sentia as alheias. Bem o mostrou nas bodas de Caná.

Na falta de vinho, diz São Bernadino de Siena, a Senhora assumiu espontaneamente o ofício de compassiva consoladora. Compadecida da aflição dos noivos, empenhou-se junto ao Filho e obteve o milagre que fez abundar o vinho nas talhas de água.
Fonte: ADF

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Deixar-se transfigurar por Nosso Senhor Jesus Cristo


esus toma consigo São Pedro, São Tiago e São João e os leva para a montanha. Lá, continua o evangelista, transfigura-se diante deles: sua pele se torna alva, brilhante. Com ele conversam Santo Elias e Moisés. Os apóstolos enchem-se de medo e maravilha.

São Pedro quer ficar. Está maravilhado com a glória do Senhor. Naquele momento, os três discípulos puderam provar um pouco do céu. E, como voltar diante de tamanha glória? Mas Nosso Senhor mostra que é necessário descer a montanha… É necessário ir aos homens para mostrar-lhes a glória contemplada.

Conhecemos este episódio porque os discípulos no-lo contaram através dos relatos do Santo Evangelho. Narram esses episódios e eles permanecem ao longo dos séculos.

Quantas percepções da glória de Deus cada um de nós logramos obter em nossas vidas? Quantas vezes teremos desejado ficar na degustação daquele momento no qual sabemos – indubitavelmente – que a presença de Deus é tão forte que quase podemos tocá-Lo. Mas o Senhor nos pede que também desçamos nossas “montanhas” e O proclamemos aos outros.

A transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo é uma pequena demonstração de Sua glória. O brilho de sua pele pode nos mostrar a preciosidade de Seu santíssimo coração. A presença de Santo Elias e Moisés pode significar o bom resultado das boas obras daqueles que nos precederam e vivem desde já junto a Deus.

Deus nos quer assim: com o coração transformado e pleno de verdadeiro amor pela sua glória, com a alma tranqüila e resplandecente de paz interior. Foi para essa plenitude que Ele nos criou e não para a desordem do pecado e do amor próprio.

Fonte: Amai-vos (com adaptações)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

SERVIR E ACEITAR O OUTRO


Uma das realidades mais sérias que trazemos em nós, fruto do pecado original, é a mania de grandeza e a sede pelo poder. Como, dentro de nós, grita uma grande vontade de querermos ser os maiores diante dos outros!

Jesus – muito bem dito isso pelo apóstolo Paulo aos Filipenses – mostrou o itinerário de como chegar a sermos grandes, ou seja, o Senhor não se apegou à Sua condição divina, mas assumiu a humanidade de todos nós e esvaziou-se, sendo obediente até a morte e morte de cruz. Este é o caminho.

Na Igreja de Jesus existe – caso contrário seria anarquia – a disciplina e a autoridade; para Cristo, e consequentemente para a Igreja, a autoridade significa serviço, doação da vida aos outros. O maior é aquele que serve, pois há mais alegria em dar do que em receber.

Hoje em dia, muitas pessoas se encontram cegas pelo poder, achando que o poder seja capaz de fazê-las felizes. Pura ilusão, pois a felicidade consiste em darmos a vida pelos outros, procurando sempre estar em último lugar, cedendo o melhor para o outro.

Uma pergunta muito séria é esta, e precisamos respondê-la: estou buscando a autoridade fora de mim, pois dentro do coração nada há pelo fato de eu não estar servindo? Ou minha vida, pela simples atitude de serviço, faz com que eu saboreie a autoridade?

Pelo batismo recebemos essa autoridade e temos de colocá-la a serviço; caso contrário, precisamos buscar fora a autoridade que está em nós e que, nós, a qualquer custo, se preciso for, destruímos o outro para chegar a nossos objetivos.

Uma outra coisa muito séria é quanto ao fato de aceitarmos quem pensa diferente de nós. João e Tiago se enfureceram com aqueles que estavam profetizando em nome de Jesus, mas não O seguiam. Somos, também, filhos do trovão; queremos que tudo esteja dentro do nosso monólogo; no qual pensamos que Deus vai fazer o que nós queremos e do jeito nosso.

João e Tiago queriam pôr fogo em tudo; na verdade, destruir e terminar sempre foi mais fácil nesta vida; para tudo. Difícil é virmos com novas ideias e projetos e delicadeza de pensamento. Destruir sempre foi mais fácil; difícil é vir com projetos claros.

Como é difícil conviver e amar aquelas pessoas que pensam diferente de nós, agem de forma diferente, comungam de ideias opostas às nossas! E, muitas vezes, em vez de fazermos dessas diferenças oportunidades de aprendermos e crescermos com elas, nos afastamos delas [pessoas que pensam diferente de nós] pelo preconceito e as rotulamos.

Que Deus Nosso Senhor nos dê a graça de nos colocarmos a serviço uns dos outros e de aceitarmos aquele que pensa, age e se porta diferente de nós.

Fonte: Comunidade Canção Nova
Padre Pacheco

domingo, 26 de setembro de 2010

UM NOVO MODO DE SER IGREJA


O florescimento de novos movimentos, associações de fiéis e comunidades constitui um sinal e uma ajuda do Espírito à Igreja no tempo actual. Através deles, Deus derramou dons espirituais e dá indicações sobre a direcção que a Igreja deve seguir. São dons que devem servir a todo o povo de Deus e não apenas a quem os recebeu ou deles participa por uma adesão pessoal. Não é fácil compreender o que este fenómeno significa e não se consegue apreendê-lo à primeira vista. É preciso discernimento e talvez também tempo, para perceber o que Deus nos quer dizer e dar com estes rebentos novos que brotam na árvore bimilenar da santa Igreja.
Creio que na variedade dos dons e da sua concretização, Deus nos oferece alguns traços de um novo modo de ser Igreja, cuja fisionomia se verá somente no futuro. Antes de mais, a importância da experiência e da opção pessoal para se viver com entusiasmo a fé e pertencer à Igreja. Os movimentos e novas comunid
ades proporcionam às pessoas meios para vivenciarem pessoalmente a fé: pela escuta e vivência da Palavra de Deus, pela oração e adoração intensa e prolongada, por experiências espirituais, por vezes, radicais, pela partilha de vida e responsabilidades em grupo ou pequenas comunidades… Assim, as pessoas são levadas a fazerem uma opção pessoal de pertença e a comprometer-se imediata ou progressivamente.
A diversidade de carismas que está na base destas realidades eclesiais corresponde também às diferentes sensibilidades humanas, pelo que as pessoas podem aderir àqueles com os quais melhor se identificam. Uns orientam-se mais para a espiritualidade, outros para a devoção mariana, outros para a evangelização com meios modernos como a rádio ou a televisão ou com iniciativas de rua; há ainda os que se empenham no serviço aos mais necessitados, ou os que estão comprometidos na luta pela paz e na ajuda a quem sofre. Há os que promovem maior responsabilidade da mulher e os que se orientam para as elites culturais. O Espírito não se repete, é criativo e distribui os seus dons conforme as necessidades das pessoas, da Igreja e dos tempos.

Também no que se refere às formas de organização e de proporcionar a comunhão fraterna, há variedade: desde os que têm uma organização mínima e geram grupos por todos o lado, semelhantes entre si no espírito e no estilo mas autónomos no seu funcionamento e finalidades específicas, aos que têm uma estrutura bem definida; dos que são mistos, possibilitando a convivência e cooperação entre homens e mulheres, aos que se organizam com base na diferenciação sexual, embora admitam alguma colaboração para as finalidades da organização; há os que constituem comunidades com residência comum ou os que promovem mais encontros de grupos ou grandes assembleias, valorizando menos a vida comunitária.

Um outro aspecto é a distribuições de responsabilidades. Há os que se centram na autoridade e ministério dos sacerdotes e os que são liderados por leigos, limitando de certo modo o serviço dos presbíteros a determinados aspectos litúrgicos e espirituais. Desenvolvem-se, por outro lado, sobretudo em alguns dos movimentos e novas comunidades, novas formas de ministérios assumidos por leigos na administração de bens, na animação de grupos, na evangelização e na condução da oração, no aconselhamento, etc.

Tenho a intuição de que nas novas realidades carismáticas está a germinar um novo modo de ser Igreja, incarnando provavelmente a visão que emergiu do Concílio Vaticano II. Mas é pela força do Espírito Santo que se vai desenhando essa nova configuração. Ela desce do Céu, embora seja edificada na terra com o contributo e as marcas dos talentos e das limitações dos homens. Como o foi ao logo da sua história, a Igreja continua a ser uma realidade divina e humana em transformação: o futuro não será como o passado, embora o integre e se fundamente nele. A Igreja é de Deus, lembremo-nos bem, mas conta também connosco para lhe pertencermos e a construirmos, em ordem à sua missão divina no mundo.

sábado, 25 de setembro de 2010


Flores para a minha doce Mãe do Céu

A PAZ ESTEJA NESTA CASA!


Comunhão e co-responsabilidade são duas realidades que caracterizam a vida da Igreja hoje. Exprimem que todos os seus membros estão unidos na fé, na esperança e no amor de Cristo. E que são chamados a dar o próprio contributo para o crescimento da comunidade cristã e para a missão que lhe compete de testemunhar e anunciar o Evangelho. Bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, todos devem cooperar para que os dons de Jesus Cristo cheguem a todos os homens e estes sejam enriquecidos espiritualmente, pela participação na vida divina que o Espírito concede a quem crê.

De várias formas, os fiéis leigos colaboram cada vez mais ao lado dos sacerdotes nas comunidades cristãs. A visita pascal às famílias, até há pouco realizada somente pelos sacerdotes, tem cada vez mais a participação de leigos como protagonistas, e não somente como auxiliares. Nesta Páscoa, tive conhecimento de paróquias que deram este passo pela primeira vez e outras que lhe deram continuidade. Os ecos são claramente positivos, quer por parte dos leigos envolvidos na missão quer por parte das famílias que os receberam em suas casas. Também há, é certo, portas fechadas por a visita não ser feita por um sacerdote, mas a maioria aceita a mudança e reconhece que recebe a mesma alegria e bênção de Cristo ressuscitado.

Nos casos que conheci mais de perto, as paróquias da Ortigosa e de Fátima, os leigos que fizeram a visita regressaram felizes pela missão desempenhada e pela experiência eclesial vivida. A sua consciência de Igreja e o seu amor por ela cresceu. As famílias que os receberam também descobriram que afinal a Igreja não se reduz aos padres e que a paz de Cristo também pode ser comunicada por outros discípulos seus. Aliás, dá-se continuidade à experiência das mulheres que foram ao sepulcro de Jesus, encontraram-se com Ele ressuscitado e foram comunicar a notícia aos apóstolos.

Na visita pascal feita por discípulos de Cristo de hoje, qualquer que seja a sua vocação, realiza-se o mandato que Ele confiou aos discípulo, quando os enviou em missão, dizendo-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós (cf Lc 10, 1-6). Este mesmo dom é comunicado hoje a cada família, na sua própria casa, por Cristo ressuscitado, através daqueles que vão em seu nome. Quem fecha a sua porta fica privado deste dom e da graça que o Senhor concede a quem O recebe na pessoa dos seus enviados.
Há ainda quem não consegue fazer a mudança. Por vezes, prefere-se acabar com a tradição por se temer envolver os leigos, que eles não aceitem essa missão ou não sejam bem acolhidos. Nos lugares em que a questão foi bem apresentada, a mudança adequadamente preparada e as pessoas bem informadas sobre o sentido da visita e a sua finalidade espiritual, a nova forma de a fazer é bem aceite pela maioria das famílias. No meu entender, é de preferir a visita a cada família do que outras alternativas que se têm ensaiado, ou simplesmente romper com esta bela tradição.

Em todo o caso, seja por leigos seja por sacerdotes, é preciso informar bem as famílias sobre o significado e finalidade espirituais da visita. E instrui-las sobre as formas, as atitudes, o espírito e os sinais com que deve ser recebida. Ela contribui para dar um colorido festivo à Páscoa, levando-a às ruas e às casas das famílias. Oxalá haja outros párocos e paróquias a adoptar estas boas práticas da visita pascal.

Padre Jorge Guarda/Canção Nova

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ALGUNS MILAGRES DO PADRE PIO


O primeiro milagre atribuído ao do Padre Pio, aconteceu em 1908. Naquela época ele morava no convento de Montefusco. Um dia ele decidiu ir a floresta para colher castanhas em uma bolsa. Ele enviou esta bolsa para sua tia Daria em Pietrelcina. Ela sempre foi muito afetuosa para com ele. A sua tia recebeu a bolsa e comeu as castanhas e depois guardou-a como lembrança. Poucos dias depois sua tia Daria estava procurando algo em uma gaveta onde o seu marido normalmente guardava pólvora. Era noite e ela estava usando uma vela quando de repente a gaveta pegou fogo. O fogo atingiu Tia Daria e num instante, ela pegou a bolsa que tinha as castanhas de Padre Pio e a pôs na sua face. Imediatamente sua dor desapareceu e não ficou nenhuma ferida ou queimadura na sua face.
Durante a Segunda Guerra Mundial, na Itália, o pão era racionado. No convento do Padre Pio havia sempre muitos convidados e pessoas pobres que iam até lá pedir comida. Um dia, os monges foram para o refeitório e perceberam que na cesta tinha aproximadamente um quilo de pão. Todos os irmãos rezaram e se sentaram antes de começar comer e o Padre Pio foi para a Igreja. Depois de um tempo ele voltou com muitos pães nas mãos. O Superior perguntou para Padre Pio: "Onde você conseguiu os pães? " e Padre Pio respondeu: "Um peregrino à porta me deu ". Ninguém falou, mas todo o mundo concluiu que só Padre Pio poderia encontrar esse tal peregrino.
Uma filha espiritual do Padre Pio estava lendo uma carta dele a beira de uma estrada. O vento fez a carta voar e rolar por uma ribanceira. A carta já estava longe quando deixou de voar e caiu e ficou presa numa pedra. Desse modo foi possível recuperar a carta. No dia seguinte ela encontrou com o Padre Pio que lhe disse: "Você tem que prestar mais atenção no vento da próxima vez. Se eu não tivesse posto meus pés na carta ela teria se perdido”.
Durante a Segunda Guerra Mundial o filho de Sra. Luisa que era Oficial da Marinha britânica Real era motivo de angustia para a sua mãe, pois ela orava diariamente para o conversão e salvação do seu filho. Um dia um viajante inglês chegou a San Giovanni Rotondo, trazendo alguns jornais ingleses. Luisa quis ler os jornais. Ela leu notícias do afundamento do navio que o filho dela estava. Ela foi chorando ver o Padre Pio que a consolou imediatamente: “Quem lhe falou que seu filho morreu? Na realidade Padre Pio pôde dizer exatamente o nome e o endereço do hotel onde o jovem oficial estava, depois de ter escapado do naufrágio no Atlântico. Ele estava no hotel a espera do novo cargo. Imediatamente Luisa lhe enviou uma carta e depois de 15 dias obteve uma resposta do seu filho”.
Havia uma tal mulher nobre e boa em San Giovanni Rotondo que o Padre Pio disse que era impossível, de achar qualquer falha em sua alma para perdoar. Em outras condições; ela viveu para ir para o céu. Ao término da Quaresma, Paulina, estava tremendamente doente. Os doutores não lhe deram esperanças. O marido dela e as cinco crianças deles foram para o convento rezar e pedir ajuda para Padre Pio.
Duas das cinco crianças correram em direção ao Padre Pio chorando. O Padre Pio ficou perturbado; e então tentou consolá-los prometendo que ia rezar para eles, nada mais! Alguns dias depois mais ou menos às sete horas da manhã, as coisas mudaram. Na realidade ele pediu para Paulina, de forma que isto curou e ele disse-lhes: “Ela se recuperará no Dia da Páscoa. Mas durante a sexta-feira Santa, Paulina perdeu a consciência, e ela logo depois no dia de sábado havia entrado em estado de coma; finalmente, depois de algumas horas Paulina morreu. Alguns dos seus parentes levaram o vestido de noiva dela para vesti-la, isto de acordo com uma velha tradição. Outros parentes correram para o convento para pedir um milagre ao Padre Pio. Ele lhes respondeu: ”Ela ressuscitará" e foi para o altar para celebrar a Santa Missa.
Quando o Padre Pio começou a cantar o Glória e o som dos sinos que anunciam a ressurreição de Cristo, ele deu um forte grito e os olhos dele estavam cheio de lágrimas. No mesmo momento ressuscitou Paulina e sem qualquer ajuda ela desceu da cama, se ajoelhou e orou três vezes o Credo. Então eles se levantaram e sorriram. “Ela ressuscitou”. Na realidade o Padre Pio não tinha dito, “ela ressuscitará” e sim “ela recuperará”. Quando eles lhe perguntaram que se passou durante o tempo que ela estava morta; ela respondeu: “Eu subi, eu subi, eu subi; até que eu entrei em uma grande luz, e de repente eu voltei”.
Os camponeses de San Giovanni Rotondo se lembram com grande felicidade o evento seguinte: Estavam na primavera, as árvores de amêndoas floridas, enquanto estavam prometendo uma boa colheita. Mas infelizmente milhões de lagartas vorazes chegaram e elas devoraram as folhas e as flores, não deixaram se quer as cascas. Depois de dois dias tentando parar aquela invasão os camponeses estavam muito preocupados, porque para muitos deles as amêndoas eram o único recurso econômico - eles decidiram contar ao Padre Pio o problema. O Padre Pio teve uma bela visão das árvores pela janela dele no convento e ele decidiu as abençoar. Ele vestiu os vestuários sagrados e ele começou a rezar. Quando terminou, ele pegou a água benta e fez o sinal da Cruz, em direção para as árvores. Imediatamente as lagartas desapareceram, e no dia seguinte que as lagartas tinham desaparecido, as árvores de amêndoas, pareciam ter os brotos novamente. Era um desastre; a colheita estava perdida. O que aconteceu então é realmente incrível! Nós tivemos a colheita mais abundante. Como é possível que nós tivemos uma colheita mais abundante a que aquelas que nós normalmente tivemos? Nunca, em tempos normais nós tínhamos tido uma colheita deste modo. Os cientistas nunca puderam dar uma explicação a este fenómeno

Testemunho do Padre Honorato:
“Eu entrei para San Giovanni Rotondo com um amigo em motocicleta. Eu cheguei para o convento alguns minutos antes do meio-dia. Dando meus cumprimentos ao superior, eu fui para a caixa de confissão cumprimentar o Padre Pio e beijar a mão dele. Deveria ser se lembrado de que meu modelo de motocicleta foi chamado” vespa ". Quando me viu o Padre Pio me falou: “cansado pela viagem de vespa?” Eu estava bastante surpreendido: na realidade o Padre Pio não me tinha visto quando eu cheguei para o convento, mas ele soube que tipo de transporte eu usei. A manhã seguinte que nós deixamos San Giovanni Rotondo com minha “vespa” e nós partimos para San Miguel, a próxima cidade depois de San Giovanni Rotondo. O tanque de gasolina estava vazio, e nós nos decidimos de enchê-lo em Monte San Ângelo. Mas assim que nós alcançamos aquela cidade pequena fomos deparados com um problema: todas as bombas de gasolina estavam fechadas. Desta forma, nós decidimos voltar a San Giovanni Rotondo. Realmente esperamos achar alguém na estrada que poderia nos dar um pouco de gasolina.
No primeiro lugar eu estava angustiado por meus irmãos do convento, porque estava passando da hora do almoço; coisa que não é gentil... Mas sem a gasolina, para os poucos quilômetros, a moto começou a fazer um barulho e parou, verificamos o tanque, e estava vazio. Com tristeza eu contei a meu amigo que nós só temos dez minutos para chegar para ao convento e almoçar com nossos irmãos.Não achamos nenhuma solução, e por isto, meu amigo, deu um pontapé no pedal. Incrível! A motocicleta arrancou novamente! Nós empreendemos a viagem imediatamente a San Giovanni Rotondo sem desejar saber a razão porque a motocicleta tinha arrancado sem gasolina.
Quando estávamos chegando ao convento a motocicleta parou novamente. Destampamos o tanque e vimos que ele estava seco. Surpreendidos olhamos para nossos relógios: era dez minutos antes da hora do almoço. Significou que nós, nós tínhamos coberto quinze quilômetros em uma média de 180 quilômetros por hora. Sem a gasolina!”.Eu entrei para o convento enquanto os irmãos estavam abaixando para o almoço, e quando Fui procurar o Padre Pio, e ficamos olhando.
Era o mês de maio em 1925. Uma moça, chamada Maria, teve um pequeno bebê, e sentia-o doente desde o seu nascimento, o que a deixava muito preocupada. Após uma consulta ao médico, foi-lhe dito que a criança tinha uma doença muito complexa. Não havia nenhuma esperança para o bebê: ele não poderia se recuperar. Então, Maria decidiu ir de trem para a cidade de São Giovanni Rotondo. Mesmo vivendo em um pequeno povoado ao sul de Puglia (uma região muito pobre no sul da Itália), tinha ouvido alguns rumores em relação ao padre Pio, um frade que apresentava os estigmas, como Jesus Cristo, e que fazia milares, recuperava os doentes e dava esperança para as pessoas deseperadas; este relatos despertaram em Maria uma grande fé e esperança, e imediatamente iniciou a viagem, mas durante o trajeto o bebê morreu. Ela velou aquele pequeno corpo a noite inteira e, ao amanhecer, colocou-o numa bolsa e fechou-a.
Após Maria ter perdido o filho, chegou ao convento de São Giovanni Rotondo. Ela não tinha mais nenhuma esperança! Mas não tinha perdido a fé. À tarde, após muitos esforços, estava em frente ao padre Pio. Conseguiu isto ficando na fila das pessoas que esperavam para confessar com o religioso. Continuava carregando a mala que continha o cadáver do seu filho, que havia morrido há quase 24 horas. Maria ajoelhou-se diante do sacerdote, chorou deseperadamente suplicando ajuda ao padre Pio. Ele a olhou piedosamente. A mãe abriu a mala e mostrou o cadáver de seu filho ao padre Pio. O pobre padre se condoeu profundamente com a tristeza daquela mãe. Ele tomou o pequeno corpo e pôs as mãos estigmatizadas na cabeça do bebê, e então orou voltado ao céu. Depois de um tempo, a pobre criatura estava novamente viva. Um gesto, um movimento dos pés, os braços... parecia que dormia e simplemente tinha acordado depois de um longo sono. Falando com a mãe ele disse: "Mãe, por que você está chorando? Seu filho está dormindo!" A mãe e os gritos da multidão encheram a igreja. Todo o mundo falava em milagre!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O terço de uma Mãe


Um jovem sacerdote foi nomeado capelão de um hospital. E começou a visitar os doentes. Ao chegar junto de um doente, este diz em voz alta: "Não me fale de religião, eu sou ateu e não acredito em nada." Mas o capelão não desistiu e visitou-o mais vezes, sempre com muita dedicação, embora fosse repudiado, com desdém.
Um dia encheu-se de coragem e disse ao doente:
- Muito bem, meu amigo, vou rezar o terço consigo.
- Não me fale em terço – responde o enfermo.
- Mas esta oração só pode fazer-lhe bem.
- Pelo contrário, Senhor Abade, o terço é a causa de minha infelicidade.
- Como, meu amigo? O que é que você quer dizer com isso?
- Olhe, senhor padre, quando eu era criança, a minha mãe fazia com que eu rezasse o terço com ela, todos os dias. Quando cresci, tive que partir para a cidade, para aprender um ofício. Fora de casa, fui arrastado para o mal, para o desprezo à Lei de Deus, por maus companheiros. Eu vivia sob estas más influências, quando fui chamado para voltar para casa. A minha mãe agonizava. Para não a entristecer, fingi que faria o que lhe agradava, prometendo-lhe que rezaria parte do rosário, cada dia, tanto quanto possível. A minha pobre mãe deu-me, então, o seu terço. Após o seu enterro, voltei ao meu ateliê. Mas, no caminho, o demónio meteu-me no espírito o seguinte pensamento: "Atira com o terço. Deita-o ao chão." E assim fiz, atirando-o com desprezo na estrada. Mas, desde então, vivo infeliz e creio que sou um amaldiçoado.
O padre, bastante emocionado, perguntou: "Em que mês e em que ano isto aconteceu?" Ao ouvir a resposta precisa do enfermo, o padre tirou do bolso o terço que achara, e diz: "Meu amigo, reconheces este terço?" O jovem não pôde conter o grito: "É o terço da minha mãe!" Então, pegou no terço com amor e abraçou-o longamente, enquanto chorava.
- Muito bem – recomeçou o capelão –, este terço, que tu dizes que é o motivo da tua infelicidade, foi, para mim, o motivo da minha felicidade. É por causa dele que me tornei padre. Agora, meu amigo, ele vai se tornar o agente da tua felicidade.
- Sim, Senhor Padre, quero-me confessar.
- Amanhã, eu virei dar-te os últimos sacramentos. Até lá, o terço fica contigo, para que possas reparar a tua falta; mais tarde, tu mo devolverás.
Alguns dias mais tarde, o enfermo, feliz e santificado, morria beijando o terço que fora de sua mãe... O padre pegou no terço e esta preciosa lembrança nunca mais o abandonou.

fonte: JAM

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A FAMÍLIA, “SANTUÁRIO DA VIDA”


As lições da Sagrada Família
O Papa João Paulo II, na “Carta às Famílias”, chamou à família “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família: guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.

O Concílio Vaticano II já a tinha chamado “a Igreja doméstica” (LG, 11) na qual Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; nele também foi ensinado que: “A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).

Jesus habita com a família cristã. A presença do Senhor nas Bodas de Caná da Galileia significa que o Senhor “quer estar no meio da família”, ajudando-a a vencer todos os seus desafios; e Nossa Senhora ali o acompanha com a sua materna intercessão.
Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher “à sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), Ele os quis “em família”. Por isso, a família é uma realidade sagrada. Jesus começou a sua missão redentora da humanidade na Família de Nazaré. A primeira realidade humana que Ele quis resgatar foi a família; Ele não teve um pai natural aqui, mas quis ter um pai adoptivo, quis ter uma família, e viveu nela trinta anos. Isto é muito significativo. Com a presença de Jesus na família – Ele sagrou todas as famílias.

Conta-nos São Lucas que após o encontro do Senhor no Templo, eles voltaram para Nazaré “e Ele era-lhes submisso” (cf. Lc 2,51). A primeira lição que Jesus nos deixou na família é a de que os filhos devem obedecer aos pais, cumprindo bem o Quarto Mandamento da Lei. Assim se expressou o Papa João Paulo II:
“O Filho unigénito, consubstancial ao Pai, ‘Deus de Deus, Luz da Luz’, entrou na história dos homens através da família” (CF, 2).

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua actividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, 2205). E na sua mensagem de Paz, do primeiro dia do Ano Novo (2008) o Papa Bento XVI deixou claro que sem a família não pode haver paz no mundo.

E o Papa fez questão de ressaltar que família é somente aquela que surge da união de um homem com uma mulher, unidos para sempre, e não uma união homossexual que dá origem a uma falsa família.

“A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar correctamente da liberdade.
A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, 2207).

A Família de Nazaré sempre foi e sempre será o modelo para todas as famílias cristãs. Acima de tudo, vemos uma família que vive por Deus e para Deus; o seu projecto é fazer a vontade de Deus. A Sagrada Família é a escola das virtudes por meio da qual toda pessoa deve aprender e viver desde o lar.

Maria é a mulher docemente submissa a Deus e a José, inteiramente ao serviço do Reino de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra” (Lc 1,38). A vontade dela é a vontade de Deus; o plano dela é o plano de Deus. Viveu toda a sua vida dedicada ao Menino Deus, depois ao Filho, Redentor dos homens, e, por fim, ao serviço da Igreja, a qual o Redentor instituiu para levar a salvação a todos os homens.
José era o pai e esposo fiel e trabalhador, homem “justo” (Mt 1, 19), homem santo, pronto a ouvir a voz de Deus e a cumpri-la sem demora. Foi o defensor do Menino e da Mãe, os tesouros maiores de Deus na Terra. Com o trabalho humilde de carpinteiro deu sustento à Família de Deus, deixando-nos a lição fundamental da importância do trabalho, qualquer que seja este.
Em vez de escolher um pai letrado e erudito para Jesus, Deus escolheu um pai pobre, humilde, santo e trabalhador braçal. José foi o homem puro, que soube respeitar o voto perpétuo de virgindade da sua esposa, segundo os desígnios misteriosos de Deus.
A Família de Nazaré é para nós, hoje, mais do que nunca, modelo de unidade, amor e fidelidade.

Mais do que nunca a família hoje está a ser destruída na sua identidade e nos seus valores. Surge já uma “nova família” que nada tem a ver com a família de Deus e com a Família de Nazaré.

As mazelas da nossa sociedade –, especialmente as que se referem aos nossos jovens: crimes, roubos, assaltos, sequestros, bebedeiras, drogas, homossexualismo, lesbianismo, enfim, os graves problemas morais e sociais que enfrentamos, – têm a sua razão mais profunda na desagregação familiar a que hoje assistimos, face à gravíssima decadência moral da sociedade.
Como será possível, num contexto de imoralidade, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada e uma vida digna, com esperança?
Como será possível construir uma sociedade forte e sólida onde há milhares de “órfãos de pais vivos”? Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso do nosso tempo, é enorme a percentagem dos casais que se separam, destruindo as famílias e gerando toda a sorte de sofrimento para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo esta carência afectiva para sempre.

A Família de Nazaré ensina ainda hoje que a família destes nossos tempos pós-modernos só se poderá reencontrar e salvar a sociedade se souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu modo de vida: serviçal, religioso, moral, trabalhador, simples, humilde, amoroso…
Sem isto, não haverá verdadeira família e sociedade feliz.

MARIA, AURORA DA IGREJA TRIUNFANTE


A Igreja é constituída por homens e mulheres chamados a participarem da vida
de Deus como Seus filhos adoptivos. Caminha para a meta eterna empenhada em
corresponder à sua vocação divina. Dirige-se “para fora do tempo”, para a morada
eterna de Deus. A Virgem Maria, que é membro da Igreja e exerce em relação a ela a
maternidade espiritual, tornou-se, após a sua assunção ao Céu, “a aurora e a imagem
da Igreja triunfante, sinal de consolação e esperança” para o povo de Deus peregrino
no mundo. Na solenidade da Assunção, a liturgia da Igreja exalta e convida-nos a
contemplar a Virgem Maria como “a Rainha do Céu, à direita de Deus, ornada do
ouro mais fino”. Ela experimentou de um modo privilegiado a ressurreição: Deus não
quis “que sofresse a corrupção do túmulo Aquela que gerou e deu à luz o Autor da
vida”, Jesus Cristo, e por isso levou-a para junto de Si.
O Livro do Apocalipse (11,19-12,10), sob a figura de uma mulher que está para ser
mãe perante a ameaça de um monstro que lhe quer devorar a filho, representa o povo
de Deus, cujos filhos gerados pelo baptismo são salvos por Deus. Como a mulher em
trabalhos de parto é muito vulnerável, assim a Igreja, que tem em si mesma a graça
de Deus, é, na sua humanidade, muito vulnerável e pode perder os seus filhos. Há,
na imagem da mulher que está para ser mãe, uma realidade do tempo, mas também
representa a condição gloriosa da Virgem Maria, que colabora com a Igreja na
geração para a fé de novos filhos de Deus, que contudo estão sob a ameaça das forças
do mal.
A Virgem Maria na glória do Céu beneficia da vitória de Cristo sobre a morte.
Atingiu a plenitude da vida. Torna-se então o espelho do cristão e da Igreja: o que
ela já vive por graça especial de Deus é concedido também a cada cristão, no seu
baptismo. Assim o afirma S. Paulo: “Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor
imenso com que nos amou, precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas
faltas, deu-nos a vida com Cristo – é pela graça que vós estais salvos – com Ele
nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo. Pela bondade que tem para
connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos futuros, a extraordinária
riqueza da sua graça.” (Ef 2. 4-7). Em Maria, portanto, vemos o que já somos e o que
havemos de ser no futuro, pela graça de Deus, quando Ele nos ressuscitar da morte e
nos fizer viver na sua morada por toda a eternidade. A nossa devoção a Maria ajuda-
nos a manter actualizado o dom divino e a viver dele enquanto caminhamos no tempo.
Como em Maria também em nós, a fé em Deus e a adesão generosa ao cumprimento
da sua palavra é a porta aberta para os dons divinos.
A oração da missa da Assunção refere que Maria é “a aurora e a imagem da Igreja
triunfante”. É o começo do triunfo da Igreja, pois a mão de Jesus também pertence ao
povo de Deus, é Igreja. Ela, que já acabou a sua peregrinação terrestre, mostra o que a
Igreja pode esperar em todos aqueles seus membros que cessam a sua passagem pelo
mundo e partem para a eternidade, os santos. Todos esses já participam da mesma
glória junto de Maria, constituindo a Igreja triunfante.
A narração da Visitação diz-nos o que podemos esperar de Maria como ajuda para
a nossa vida: a sua presença foi para Isabel e para o menino que gerava no seu seio
bênção e paz de Deus. Assim o é para cada cristão e também para a Igreja. A bênção
de Deus é força que nos protege e nos torna capazes de vencer as ameaças deste
mundo que encontramos no caminho da vida. E a Igreja será instrumento e canal para
que as graças de Deus se comuniquem aos homens.
A mesma narração, pela boca de Isabel, revela-nos que acreditar em Deus e na
sua Palavra nos permite experimentar a graça de Deus como protecção e auxílio.

Acreditar significa escutar Deus e viver como Ele nos diz. Quer dizer confiar mais
em Deus do que no mundo ou do que em nós mesmos. Então realizam-se as suas
maravilhas na nossa vida, como se verificaram em Maria, a últimas das quais é a
sua elevação ao Céu para participar plenamente na vida de Deus, vencendo o último
inimigo do homem, a morte, como diz S. Paulo na carta aos Coríntios (cf 15, 20-27).
A Igreja, caminhando na fé e obedecendo à palavra de Deus, vence o pecado e dá
sempre mais espaço à presença e acção da graça divina. Assim vai sendo preparada
para a vitória final sobre todo o mal e sobre a morte, quando entrar na glória eterna
e se tornar plenamente “a rainha do Céu”, a “esposa de Cristo”, a “cidade do Deus
vivo”.
Padre Jorge Guarda/Canção Nova

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O comboio da juventude


De que precisa o comboio da juventude?
Precisará de um combustível. Vamos usar carvão vegetal? Diesel? Álcool? Gasolina? Não! O nosso combustível deve ser ecológico e renovável. Gerar vida e não morte;
Precisará de um trilho. Qual será a bitola, a medida desse trilho? Será a medida dos nossos sonhos! Não nos podemos deixar guiar nem instrumentalizar, seja qual for a justificativa;
Precisará de maquinistas. Que sejam amorosos, que saibam com clareza qual é o sentido do nosso comboio. Dos nossos sonhos, da nossa luta. Para tanto, precisa de uma metodologia libertadora, humanizadora, de formação e mobilização. De uma teologia que ensine a amar e não a ter medo;
Precisará de estações. Onde uns descerão e outros subirão. Livremente! São paragens para abastecer, para descansar, para reflectir.
Precisará de manutenção. De revisão, de reforço didáctico e metodológico. De conteúdos que sejam construídos por todos os passageiros. De sustentabilidade, que, mais que recursos, contenha comunicação e muito diálogo. De educação para a liberdade;
Precisará de um ritmo. Que atenda e respeite os mais variados ritmos e tempos dos seus diferentes passageiros. Que saiba o tempo de correr e o tempo de parar. O tempo de dobrar os joelhos e fechar os olhos e o tempo de arregaçar as mangas e lutar. O tempo de ouvir e o tempo de falar;
Precisará de sinais. Quais serão os sinais que nos orientarão no percurso? Aqueles que apontem os perigos, os desafios, as conquistas e avanços. Para não ficarmos excessivamente optimistas e perdermos o senso crítico, mas também não nos perdermos nas críticas vazias e genéricas. Ambas têm o poder de afastar pessoas;
Precisará de janelas. Que possibilitem a entrada de ar fresco e refrescante. A brisa e o cheiro das nossas matas, rios e terras. O perfume das nossas flores, a beleza do nosso céu. Janelas que nos permitam namorar a vida. Aprender e ensinar com outras pessoas. Com outros passageiros de outros comboios, que deslizam sobre outros trilhos, mas que buscam a mesma estação final. A sociedade justa e solidária;
Precisará de eixos. Bem dimensionados, que suportem o peso das nossas utopias. Das nossas ousadias e indignações. Eixos temáticos que abriguem e articulem os nossos conteúdos, os nossos princípios e a nossa diversidade étnico/cultural. Que carreguem bem juntinhas, a fé e a vida;
Precisará de buzina. Para buzinar forte. Apitar alto a todos os ouvidos, quando algo ou alguém, ameaçar a vida, o nosso bem maior. Quando a vida humana for desumanizada. Quando as pessoas, a terra, os rios e as fontes forem mercadorizadas. Mas também para celebrarmos, aos quatro ventos, as nossas alegrias. Cantar os nossos louvores;
Precisará de pontes. Que sejam firmes e fortes. Na fé e na ideologia. Que nos liguem aos abismos sociais. Que acabem com os isolamentos e com as ilhas sociais. Que nos levem da indiferença e do comodismo ao empenho. À solidariedade e à indignação. Que nos traga sempre nova, a esperança. Fresca, viçosa e autónoma como a brisa de cada manhã;
Precisará de faróis. Que iluminem os nossos trilhos e destinos. Qual a lua clara sobre o mar, desvelem as realidades obscuras que naturalizam injustiças e opressões. Que iluminem os porões do autoritarismo, do moralismo e dos medos e aponte para o Reino de Deus pregado pelo jovem Nazareno. Que seja uma espiritualidade capaz de humanizar a vida e as relações. Que comunique o mistério e nos leve ao encontro com o sagrado. Que nos ajude e ensine a pensar e não nos transmita apenas pensamentos prontos. Que clareie o modo de ser igreja povo de Deus, igreja libertadora, gerada no Concílio Vaticano II;
Precisará de uma sombra. De uma árvore onde faremos poesia e descansaremos. Onde tiraremos as sandálias e descansaremos e de onde retomaremos a caminhada. Onde cantaremos salmos e reabasteceremos as nossas forças. Esta árvore só pode ser a da juventude plena, que é Deus.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O PRIMADO DO AMOR


Quando um dos escribas pergunta a Jesus qual é o primeiro mandamento, Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus… e ao próximo como a ti mesmo” (Mt, 22, 37-39). Para ser discípulo de Jesus o AMOR deve ter o primeiro lugar na nossa vida
Fonte: Carmelitas

Chamados para o céu


Educar para o céu significa uma visão diferente, uma forma de ver a vida de forma diferente neste mundo. Nós cristãos olhamos para o mundo de uma forma diferente, que é pela fé.

O Papa Bento XVI, para a Jornada Mundial das Juventude 2011, em Madrid, escolheu como tema um versículo da Carta de São Paulo aos Colossenses 2, 6-7: "Assim como acolhestes Cristo Jesus, o Senhor, assim continuai caminhando com ele. Continuai enraizados nele, edificados sobre ele, firmes na fé tal qual vos foi ensinada, transbordando em acção de graças".

O Santo Padre fala-nos de vigor, de firmeza, de estar firmes na saúde. Mas na fé todos nós - inclusive os adultos - precisamos de estar firmes, no entanto, muito mais os jovens, porque uma árvore que está a crescer se não tem raiz cai facilmente.

Diz o Papa: “O jovem não quer saber tanto de estabilidade, o jovem quer o desafio, o jovem quer o heroísmo, o jovem quer uma vida grande, ele não quer esta comodidade”.

Bento XVI fala de uma juventude que estava vendo um mundo louco, vendo Hitler - com os seus seguidores - levar milhões de pessoas para os campos de concentração. Até ele teve de entrar na Juventude Nazista - porque era obrigado - mas ele nunca lutou na guerra, fazia mais um trabalho braçal. A família dele era contra o regime nazista, por isso, teve de fugir para uma cidade distante, para não sofrer os danos do regime [nazista], por isso, Bento XVI afirma que "nós jovens queríamos ir contra tudo isto".

E os jovens, como estão? Será que os jovens sonham com algo realmente grande, com algo heróico? Olhando para a juventude, vemos que muitíssimos rapazes e raparigas, já no início da sua vida, estão envelhecidos, já têm um coração envelhecido porque deixaram de sonhar. Os rapazes e as raparigas não sonham e estão fechados em si mesmos porque não esperam mais nada da vida, visto que na nossa sociedade liberal eles podem experimentar tudo: droga, sexo, com um governo que deseduca os jovens colocando camisinhas nas escolas.
Todos nós temos uma vocação para algo grandioso. A virtude que nos lança para este algo grandioso é a magnanimidade, ou seja, nós somos chamados para algo sublime, para algo mais. Mas, infelizmente, vemos o contrário, os jovens estão contentes e felizes em serem “animaizinhos”, porque o termo de comparação que os nossos educadores lhes colocam, é que somos todos animais, não passamos de macacos que perderam pêlo e ganharam um pouco mais de cérebro.

Os animais fazem o que lhes vem à mente, ao instinto. Mas nós não somos escravos desta animalidade, fomos feitos para uma liberdade maior, para uma aventura para a qual nenhum animal ou ser vivo desta terra foi feito, porque fomos feitos para a aventura de amar, fomos feitos para Deus. Quando vemos aquele Homem pregado na cruz, vemos o quê? Vemos ali o amor.
O Papa, ousadamente, afirma que somente em Jesus Cristo encontramos a verdadeira vocação para o amor. O Papa tem a ousadia de declarar isto numa pluralidade de religiões que dizem que toda a religião salva, que cada um deve "ficar na sua". Sua Santidade afirma: "Não! Só Jesus [salva]!"
Todo o jovem que tem um coração juvenil sabe que tem uma vida inteira pela frente, sabe que é chamado a algo superior, por isso é triste ver assim a juventude envelhecida, acanhada, porque os jovens estão sem fibra. Encontramos jovens com 15 nos de idade deprimidos, e isto não existia antes. Há clínicas psiquiátricas cheias de jovens deprimidos, doentes e desiludidos. Tanto na escola como no gang ou no grupo do qual faz parte, ele recebeu uma promessa de felicidade falsa. Porque o pecado promete algo que ele não é capaz de realizar.
Nós poderíamos até "processar" satanás, deveríamos levar o diabo ao Tribunal, porque ele [diabo] promete algo que não pode dar, ele promete felicidade, mas o que vem é a tristeza. Falsa felicidade: "Faça sexo e vai ser feliz", ensina ele. E o jovem faz sexo com a namorada e não encontra a felicidade. Daí ele pensa: "Acho que se eu o fizer com outro rapaz eu serei feliz". Depois faz sexo com outro rapaz e também não encontra a felicidade; então faz sexo grupal e também não a encontra. Daí ele acha que falta uma droga, ele experimenta tudo e, no final, está velho e desiludido, porque lhe prometeram uma felicidade neste mundo, mas, neste mundo, não existe felicidade plena. Este mundo não é capaz de nos dar felicidade. Quando tu prometes educar o teu filho para ser feliz aqui neste mundo, estás a condená-lo, estás a levá-lo para a decepção e a desilusão.
O grande culpado da infelicidade dos jovens é o materialismo. Materialista é a pessoa que acha que o mundo material é mais importante que o espiritual. E o diabo sabe que o mundo espiritual é real e muito mais importante do que o material, daí ele transformar-te num macaco, diz-te que deves libertar os teus instintos e tu ficas preso às coisas materiais.
Somente nós somos capazes de desobedecer a Deus, porque somos livres, porque temos a mais sublime vocação: a de sermos filhos d'Ele. Ser materialista é considerar que a matéria é mais importante que tudo.
Vamos pegar nas duas grandes tendências materialistas da nossa sociedade, que nos aprisionam a este mundo: a capitalista e a socialista. A tendência capitalista liberal procura felicidade no dinheiro e em ser livre da moral. Dizem eles: "Nós precisamos de aproveitar esta vida, já passou esta moral antiquada de fazer sexo depois do casamento, de não ver pornografia. Se o dinheiro é capaz de comprar pode fazer, porque o mercado é que vai cuidar de tudo". E aí encontras a desilusão, porque o capitalista é capaz de ter dinheiro, mas a felicidade não vem.
De outro lado, temos os socialistas, os marxistas, os comunistas. Enquanto o capitalista diz: " Não sou feliz porque ainda não tenho o dinheiro suficiente", o socialista diz: "Não sou feliz porque o outro tem dinheiro demais". Então enquanto um peca por soberba, o outro peca por inveja.
Tanto o capitalismo como o socialismo acham que a felicidade está na matéria e, assim, os jovens estão a ser educados para este mundo. Fala com um jovem e vais ver que o sonho dele são sonhos materiais, coisas, felicidade do corpo, possuir riquezas. Uma coisa é a felicidade; outra, é o prazer. A felicidade é da alma, o prazer é do corpo. Nós temos uma vocação muito maior.
No entanto, estamos a ensinar os jovens a viverem do material, a viverem do prazer físico. Os jovens meteram na cabeça que a felicidade está no prazer físico; e daí, de tanto prazer físico a pessoa diz: "Eu senti o prazer físico, mas não sou feliz!"
Precisamos de ensinar os jovens a algo de grande, precisamos de ensinar-lhes que são chamados a viver a vida eterna com Deus, porque somente assim nós teremos vida, saúde e firmeza na nossa fé. É isto que o Papa Bento XVI quer transmitir aos jovens.

Por isso o Santo Padre diz algo que está totalmente fora de moda neste mundo: "Se queres ser feliz, abraça a cruz". Pode parecer que a cruz seja a destruição total e completa de qualquer sonho de felicidade, seja sinal de um mundo de angústia, dor e miséria, mas se nós mergulharmos na cruz vamos descobrir que dali jorra uma fonte de amor e vida eterna, e fazer a experiência de tocar Jesus com as nossas mãos. Faze

Por a experiência de tocar Cristo nos sacramentos. E aqui é que o Papa abre uma vitrina imensa, quando ele fala da Eucaristia, que devemos descobrir o nosso chamamento na cruz e na ressurreição: "Se alguém me (Jesus) quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". É preciso, de alguma forma, mortificar os caprichos do nosso corpo. Se tu só procurares o prazer do corpo, o salário será a desilusão e a morte. Não é difícil ver jovens que estão mortos - no corpo e na alma – porque apenas procuraram a felicidade no prazer do corpo.
Quando abraças a cruz de Cristo, quando resolves dizer: "Chega de procurar a felicidade deste mundo!", tu começas a olhar para a verdadeira vocação de todos nós, que é o céu. Nós, quando participamos na Santa Missa, mergulhamos nesta verdade de Cristo que se entrega por amor. Na Missa eu vejo o meu coração e o Coração de Jesus Cristo. O meu coração que procura a felicidade neste mundo físico e vejo o Coração d'Ele, que se entregou por amor, e então eu encontro o Coração d'Ele no meu coração, a Alma d'ele na minha alma, e tenho força para, neste mundo, amar.
Vamos olhar para a vida dos santos, não há um sequer, ainda que tenha trabalhado para um mundo melhor, não há um santo que tenha procurado construir um paraíso aqui nesta terra. A Madre Teresa de Calcutá, que doou-se aos pobres, nunca pensou em viver um paraíso aqui nesta terra. Ela sabia que a felicidade plena está no céu

domingo, 19 de setembro de 2010

FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM


As necessidades dos homens são e sempre foram muitas e em variados aspectos. Jesus compadeceu-se de quem encontrava: “andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo, porque Deus estava com Ele” (Act 10,38). Assim resume o apóstolo Pedro o estilo de vida e a missão do seu Mestre. Os cristãos, discípulos e imitadores de Jesus, são chamados, em todos os tempos, a viver a agir em favor dos outros como o seu Senhor e Mestre. Também para a Igreja, na multiplicidade dos seus grupos e comunidades, fazer o bem é a sua missão.

Numa das orações litúrgicas da Quaresma, a Igreja reconhece que Deus Pai que a ensina “a dar alimento aos que têm fome”, imitando a bondade divina. Noutra fala da graça divina para alcançar uma “caridade mais diligente”. E numa prece implora: “Senhor Jesus, que passastes pelo mundo fazendo o bem, tornai-nos solícitos pelo bem comum de todos os homens”. Assim, na sua oração, a Igreja manifesta uma consciência clara de que tem a missão de fazer o bem como o seu Senhor.

Fazer bem quer dizer interessar-se pelos homens nas suas necessidades, sofrimentos, inquietações, desejos e anseios. É ocupar-se deles distribuindo-lhes bens, agasalhando-os, abrigando-os numa casa, cuidando das suas feridas, escutando-os nas suas dores, dúvidas e amarguras, prestando-lhes serviços e procurando com eles a solução para os problemas, partilhando riquezas e experiências espirituais. A Igreja move-se com compaixão e gratuidade pelos homens. Age por amor e bondade. Como o amor é criativo, também a Igreja o há-de ser nas variadas expressões em que o concretiza. A Cáritas, as Misericórdias e muitas outras instituições e serviços sócio-caritativos dão corpo às numerosas iniciativas de bem fazer da Igreja.
É preciso, todavia, fazer bem o bem. Quer dizer, atender às situações, necessidades ,

Procurará então fazer o bem com o coração de Deus. Como Ele, faz o bem sem olhar a quem. A Igreja não ajudará apenas os seus membros nem os que pelo seu comportamento merecem. O seu critério há ser a necessidade das pessoas e a sua aceitação. As situações aflitivas serão o grito que a Igreja ouve e ao qual dá socorro. Não faz bem para obter em troca a adesão de fé ou uma mudança de comportamentos. Faz o bem gratuita e desinteressadamente. Mas acolherá e acompanhará os passos que as pessoas livremente queiram dar para melhorar as suas condições de vida, os comportamentos ou mesmo crescer ou mudar espiritualmente. Todavia nunca exige nenhum destes passos, para dar ou ajudar quem precisa. Imita Jesus, que fazia o bem a justos e a pecadores, a quem manifestava fé e a quem a tinha mais débil.

Para fazer o bem, a Igreja organizou serviços e criou instituições. É preciso no entanto que esses serviços se desenvolvam numa rede que una as paróquias e, nestas, todas as suas comunidades. Também hoje, como na comunidade primitiva de Jerusalém, ninguém deveria passar por graves necessidades sem que de imediato fosse socorrido pelo amor dos irmãos na fé e pela mãe Igreja. E tal ajuda há-de estender-se, na medida das possibilidades, às necessidades de todos os homens das aldeias, vilas e cidades. Assim a Igreja se torna verdadeiramente caridade, como escrevi em artigo anterior.

Padre Jorge Guarda
In: Canção Nova

sábado, 18 de setembro de 2010

Caminho para ser feliz


Como ser feliz?!
Há um caminho para ser feliz e para fazer feliz
Hoje, mais do que nunca, a Igreja necessita de pessoas abertas à actuação do Espírito Santo, capacitadas por Deus para dar o testemunho que vence a descrença em que o mundo se afundou, homens e mulheres decididos a levar até às últimas consequências o seu "sim" a Deus, gente infatigável, experimentada na verdade. Deus precisa de pessoas que estejam dispostas a colaborar conscientemente no Seu plano, que tenham visão, que vejam um pouco mais que o comum dos homens. De Moisés diz-se que era como se visse o invisível.
Uma pessoa sem discernimento, padece de cegueira espiritual, não só deixa de contribuir na construção do Reino de Deus, como também acaba por atrapalhar, vive a correr sérios riscos e põe em risco a outros tantos.

Há um caminho para ser feliz e fazer feliz; para tanto, é indispensável:

a) Saber o que Deus quer;
b) Procurar no Espírito Santo a força prometida (Act 1,8) para cumprir até ao fim a vontade de Deus;
c) Sabedoria no agir.

Adquire-se a sabedoria através do amor, do silêncio e da mortificação; grande sabedoria é saber calar e não se meter em conversas e coisas que não nos dizem respeito. Há pessoas que sabem o que fazer, que têm a visão exacta do que é correcto e até mesmo, inspirados para aquele momento, podem apontar as pessoas que estão no caminho certo, bem como as que estão no erro e em que estão a errar. Isto é uma grande graça e um dom, desde que não se pare aí. São Paulo dizia: "Faço o mal que não quero e, o bem que quero não o faço". Por vezes, ele tinha a certeza do que Deus queria, mas via-se impotente perante a própria fraqueza. Saber só por saber é um laço, pois quem sabe fazer o bem e não o faz, peca.

É importante ter a força para cumprir o que Deus nos revela. Não é fácil! Nalgumas situações, é humanamente impossível, exige um esforço mais do que heróico, só com a graça de Deus é que se torna possível de facto. Não é à toa que Jesus prometeu que o Espírito nos daria a força, uma força capaz de vencer o pecado em nós. Quanto mais o tempo passa, mais tenho percebido que sou incapaz de vencer o pecado, que diante dele sou impotente. As minhas vitórias e progressos, bem como a minha perseverança, não obstante as derrotas, devo-as a Ele, ao Espírito que dá a força. As coisas de Deus não são complicadas, mas são radicais; é a dita porta estreita, mas o homem cheio do Espírito Santo pode passar por ela.
Há ainda pessoas que sabem o que Deus quer e têm o dinamismo e a coragem para tomar a peito a sua realização, mas põem tudo a perder, porque não têm sabedoria. Dizem ou fazem a coisa certa, mas na hora errada ou de maneira errada. Um exemplo é quando se trata de corrigir alguém, às vezes, sabe-se o que dizer e toma-se coragem para o fazer, mas ao fazê-lo sem caridade, estraga-se tudo; faltou sabedoria. Há pais que querem educar os seus filhos, sabem o que lhes dizer e fazem-no, mas porque escolheram a hora errada, não são escutados e até geram conflitos.

Ó Gálatas estúpidos!
São Paulo faz uma severa exortação aos Gálatas (Gal 3,3) por terem deixado obscurecer a própria inteligência não conseguindo distinguir entre o bem e o mal. Eles começavam pelo Espírito e terminavam pela carne. Mas esta exortação não foi tão severa como a repreensão que Jesus fez a Pedro.
No Monte Tabor, quando Jesus se transfigurou, Pedro queria armar lá, três tendas e por ali ficar, sendo que estava óbvio que era necessário descer ao povo; no dia da Santa Ceia, não queria deixar que Jesus lhe lavasse os pés e logo em seguida, já queria tomar banho por inteiro; no Getsémani, cortou a orelha de um homem, e ao tentar demover Jesus dos seus propósitos, escutou as mais duras palavras do Senhor: "Afasta-te, Satanás, porque és para mim um estorvo. Os teus pensamentos não são os de Deus." Pedro era um homem de discernimento fraco, e com isso, estorvava o plano de Deus, mas quando o Espírito o abrasou, fez dele um homem capaz de discernir os rumos da Igreja.
Um homem sem discernimento estorva a obra de Deus e os seus caminhos não são do agrado do Senhor. "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os construtores. Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas. Inútil, levantar-vos antes da aurora e prolongar até alta noite o vosso descanso para comer o pão de um trabalho duro, pois Deus o dá aos seus amados até durante o sono" (Sl 126). Um homem de Deus precisa de conhecer a Sua vontade, senão não constrói a Igreja, mas trabalha para si. O discernimento, Deus o dá aos seus amados para a implantação do Seu reinado. Podemos colaborar na aquisição do mesmo pelo aumento da intimidade com o Senhor e o aprofundamento no estudo da Palavra.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

UM FACTO VERIDICO


Ricardinho não aguentou o cheiro apetitoso do pão e disse:
- Pai, tenho tanta fome!!!
O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo à procura de trabalho, olha com os olhos marejados de lágrimas para o filho e pede-lhe mais um pouco de paciência...
- Mas pai, desde ontem que não comemos nada e eu estou com muita fome, pai!
Envergonhado, triste e humilhado no seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na rua enquanto ele vai à padaria à sua frente...
Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:
- Meu senhor, estou com o meu filho de apenas 6 anos ali à porta, com muita fome, não tenho um tostão, pois saí cedo para procurar emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome do meu filho. Em troca, posso varrer o chão do seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!
Amaro, o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...
Agenor toma o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois se sentem ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida: arroz, feijão, bife e ovo...
Para Ricardinho era um sonho, comer depois de tantas horas na rua...
Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de farinha...
Grossas lágrimas desciam dos seus olhos logo na primeira garfada...
A satisfação de ver o seu filho a devorar aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança da sua pequena família em casa, foi demais para o seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...
Amaro aproxima-se de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca com ele para relaxar:
- Ó Maria!!! A tua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo até chora de tristeza deste bife, será que é sola de sapato?!
Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter este prazer...
Amaro pede-lhe então que sossegue o seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre o trabalho...
Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar.
Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa no seu pequeno escritório...
Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava a viver de pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...
Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e com pena, prepara para o homem uma cesta com alimentos para pelo menos 15 dias...
Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte o início no trabalho...
Ao chegar a casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem, sentia esperanças, sentia que a sua vida iria tomar novo impulso...
Deus abria-lhe mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...
No dia seguinte, às 5 h da manhã, Agenor estava à porta da padaria ansioso para iniciar o seu novo trabalho...
Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque o estava a ajudar...
Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele o chamava para ajudar aquela pessoa...
E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com os seus deveres...
Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e ele fazia questão que Agenor fosse estudar...
Agenor nunca esqueceu o seu primeiro dia de aulas: a mão trémula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...
Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aulas...
Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo o seu escritório para o seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...
Ao meio dia desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante no seu primeiro terno...
Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente à hora do almoço...
Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista...
Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...
Aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que à mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho, o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:
'Um dia eu tive fome, e tu me alimentaste. Um dia eu estava sem esperanças e tu me deste um caminho. Um dia acordei sozinho, e tu me deste Deus, e isto não tem preço. Que Deus habite no teu coração e alimente a tua alma. E que te sobre o pão da misericórdia para estenderes a quem precisar!'

Podemos sempre começar e fazer um fim muito feliz!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Meu bom Jesus, pastor de almas, incluí a minha alma no Vosso pastoreio. Por Vossa infinita bondade. Meu Jesus não permitais que eu saia do vosso redil, ainda que para o efeito tiverdes de usar o Vosso cajado. Olhai também para os meus filhos todos afilhados da Vossa Mãe Santíssima.

Existência de Deus – (Vida e Conhecimento)


“Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes”. (Sl 8.4) Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe quando nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

- Como assim? – indagou o chefe, admirado. O servo humilde explicou-se:

- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

- Pela letra. – Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives. O empregado sorriu e acrescentou:

- Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

- Pelos rastros – respondeu o chefe, surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava cercada por multidões de estrelas exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também. Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos; deixa-nos sinais em todos os lugares… na manhã que nasce calma, no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva… Ele deixa sinais quando alguém se lembra de você, quando alguém te considera importante… quando alguém lembra de te enviar um e-mail e diz a você o que de melhor poderia dizer:

DEUS TE ABENÇOE !

Fonte: Alma Missionária

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Igreja Católica não pode aprovar “famílias” alternativas, disse o Papa Bento XVI


Ao receber dia 13 de setembro, as credenciais do novo Embaixador da República Federal da Alemanha ante a Santa Sé, Walter Jürgen Schmid, o Papa Bento XVI ressaltou que “a Igreja não pode aprovar as iniciativas legislativas que implicam uma re-avaliação de modelos alternativos da vida conjugal e familiar”.

Em seu discurso o Santo Padre se referiu à próxima beatificação, em 19 de setembro em Münster, do sacerdote mártir do regime nazista Gerhard Hirschfelder e no ano 2011 a outros quatro presbíteros e se homenageará também um pastor evangélico.

O Papa disse que “contemplando estas figuras de mártires está cada vez mais claro e exemplar, como alguns homens, a partir de sua convicção cristã, estão dispostos a dar sua vida pela fé, pelo direito a exercer livremente suas crenças e pela liberdade de expressão, pela paz e a dignidade humana”.

Entretanto, continuou, “muitos homens se inclinam para idéias religiosas mais permissivas também para eles mesmos. Substituem o Deus pessoal do cristianismo, que se revela na Bíblia por um ser supremo, misterioso e indeterminável, que só tem uma vaga relação com a vida pessoal dos seres humanos”.

O Papa sublinhou que “estas idéias animam cada vez mais o debate na sociedade, especialmente sobre o âmbito da justiça e da legislação. Entretanto, se for abandonada a fé em um Deus pessoal, surge a alternativa de um ‘deus’ que não conhece, que não sente e não fala. Se Deus não dispuser de sua própria vontade, o bem e o mal já não são distinguíveis. O homem perde assim sua força moral e espiritual necessária para o desenvolvimento completo da pessoa. A ação social é cada vez mais dominada pelo interesse privado ou pelo cálculo do poder, em detrimento da sociedade”.

Bento XVI assinalou neste sentido que “a Igreja vê com preocupação a tentativa cada vez maior de eliminar o conceito cristão de matrimônio e de família da consciência da sociedade. O matrimônio se manifesta como uma união duradoura de amor entre um homem e uma mulher, que sempre está aberta à transmissão da vida humana”.

Neste contexto assinalou que é necessária “uma cultura da pessoa”, usando uma expressão de João Paulo II. Por outro lado, “o êxito do matrimônio depende de todos nós e da atitude pessoal de cada cidadão. Neste sentido, a Igreja não pode aprovar as iniciativas legislativas que implicam uma re-avaliação de modelos alternativos de vida conjugal e familiar. Estes contribuem à debilitação dos princípios do direito natural e portanto, à relativização de toda a legislação e também à confusão sobre os valores na sociedade”.

Referindo-se posteriormente às novas possibilidades da biotecnologia e da medicina, o Santo Padre insistiu no “dever de estudar diligentemente em que medida estes métodos podem servir de ajuda aos seres humanos e quando se trata, pelo contrário, de manipulação humana, de violação de sua integridade e dignidade. Não podemos rejeitar esta evolução, mas devemos estar muito atentos. Quando se começa a distinguir –e com freqüência isto acontece já no ventre materno– entre vida digna e indigna de viver, tampouco se salvará nenhuma outra etapa da vida, e muito menos a enfermidade e a velhice”.

O Santo Padre concluiu pondo de relevo que “a construção de uma sociedade humana requer fidelidade à verdade” e assinalou que “ao existir uma competência cada vez maior, os meios de comunicação pensam que estão obrigados a suscitar a máxima atenção possível. Por outra parte, o contraste em geral é notícia, mesmo quando vai em detrimento da verdade do fato. Isto é especialmente problemático quando as autoridades adotam publicamente uma posição, sem ser capazes de verificar todos os aspectos de forma adequada. Me alegro da intenção do Governo Federal para comprometer-se nestes casos”.

Fonte: ACI Digital/ADF

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A Exaltação da Santa Cruz


A 14 de setembro, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Essa festa vem dos primórdios da cristandade, porque a morte de Nosso Senhor sobre a Cruz é o ponto culminante da Redenção da humanidade. A glorificação de Cristo e a nossa salvação passam pelo suplício da Cruz. Cristo, na Sua realidade humano-divina, se submete voluntariamente à humilde condição de escravo (a cruz era o tormento reservado para os escravos) e o suplício infame transformou-se em glória perene.

Os apóstolos resumiam sua pregação em Cristo crucificado e ressuscitado dos mortos, de quem provêm a justificação e a salvação de cada um. São Paulo dizia que Cristo cancelou “o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na Cruz” (Cl 2,14). É por isso que se canta na celebração da adoração da santa Cruz na Sexta-Feira Santa: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo: Vinde! Adoremos!”

O caminho da cruz, da humilhação e da obediência, foi o que Deus escolheu para nos salvar. Por isso, amamos e exaltamos a santa Cruz. Santo Antônio, Doutor do Evangelho e “martelo dos hereges”, dizia: “Porque Adão no paraíso não quis servir ao Senhor (cf. Jr 2,20), por isso o Senhor assumiu a forma de servo (cf. Fl 2,7) para servir ao servo, a fim de que o servo já não se envergonhasse de servir ao Senhor.”

Poucos, como esse santo, conheceram o profundo mistério da encarnação do Verbo e Sua obediência até a morte de cruz para nos salvar. São Paulo resumiu tudo, dizendo aos filipenses que “sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente” (Fl 2,6-9).


Se o Senhor passou por esse caminho de obediência, humilhação e crucificação, será que para nós, cristãos (imitadores de Cristo!), haverá outro caminho de salvação? Resposta: Não.

Somente pela cruz, que significa morte ao próprio Eu, à própria vontade, para acatar com fé, alegria e ação de graças a vontade de Deus, poderemos nos salvar. E é o próprio Senhor quem nos diz isso muito claramente: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9,23) e “se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto” (Jo 12,24b). Cada um tem a sua cruz.

Por que essa necessidade de tomar a cruz a cada dia? Por que é preciso morrer para dar fruto? A resposta é que o homem velho, corrompido pela concupiscência, só pode ser despojado de si mesmo pela cruz, a fim de que, como disse São Paulo, seja “revestido do homem novo, criado à imagem de Deus em justiça e santidade verdadeira” (Ef 4,22-24).

É pela nossa cruz de cada dia que cada um carrega, que Deus nos santifica (cf. Hb 12,10), fazendo-nos morrer para todas as más inclinações. É pela cruz que chegaremos à glorificação, como o Senhor Jesus. É por isso que exaltamos a santa Cruz. E é por essa cruz de cada dia (doenças, aborrecimentos, penúrias, humilhações, cansaços, injustiças, incompreensões, etc.) que temos a graça e a honra de poder “completar em nossa carne o que falta à paixão do Senhor no seu Corpo, a Igreja”(cf. Cl 1,24).

É preciso lutar contra a repugnância que temos da cruz. São João da Cruz dizia que o que mais nos faz sofrer é o medo que temos da cruz. E Santa Teresa dizia que, quando a abraçamos nossa cruz com coragem e vontade, ela se torna leve. Enfim, precisamos levar a cruz e não arrastá-la…

A maior lição que aprendi com os santos foi esta: não há maior glória que possamos dar a Deus do que sofrer com fé, paz e esperança, dando graças a Ele por ter-nos achado dignos de sofrer por Seu amor. “A alegria dos moradores do céu, dizia Santa Teresinha do Menino Jesus, consiste em sofrer e amar por amor a Deus”.

Mas para isso precisamos da graça de Deus, pois nossa natureza tem horror à cruz. Entretanto, o que é impossível à natureza é possível à graça, disse Santo Agostinho. Fiquemos em paz porque Deus é fiel; e não nos dará cruzes mais pesadas do que as nossas forças; e cada uma delas será para o nosso bem, por mais incrível que possa parecer. Enfim, “tudo concorre para os que amam a Deus” (Rm 8,29); por isso devemos glorificá-lo sempre, especialmente nas horas amargas. Exaltemos a santa Cruz!

Fonte: Blog Prof. Felipe Aquino/BSCJ