Oração ao Sagrado Coração de Jesus
Jesus, Senhor do perdão,
fonte de paz e de graça
para os nossos corações.
Conforto dos pecadores,
alento de quem Vos reza,
força de quem Vos procura,
porque em Vós quer encontrar-se.
Nossas lágrimas são preces,
nossas lágrimas são gritos,
dizei, Senhor, à nossa alma:
Sou a tua salvação.
Quando a noite nos envolve,
ficai connosco, Senhor,
enchei de luz o silêncio
das nossas horas de sombra.
Jesus, bondade inefável,
nunca nos falte na vida,
Senhor, a Vossa clemência
e caridade infinita.
Jesus, nascido da Virgem,
nós Vos louvamos, cantando,
e sempre Vos louvaremos
na glória do vosso reino.
Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
O comboio da juventude
De que precisa o comboio da juventude?
Precisará de um combustível. Vamos usar carvão vegetal? Diesel? Álcool? Gasolina? Não! O nosso combustível deve ser ecológico e renovável. Gerar vida e não morte;
Precisará de um trilho. Qual será a bitola, a medida desse trilho? Será a medida dos nossos sonhos! Não nos podemos deixar guiar nem instrumentalizar, seja qual for a justificativa;
Precisará de maquinistas. Que sejam amorosos, que saibam com clareza qual é o sentido do nosso comboio. Dos nossos sonhos, da nossa luta. Para tanto, precisa de uma metodologia libertadora, humanizadora, de formação e mobilização. De uma teologia que ensine a amar e não a ter medo;
Precisará de estações. Onde uns descerão e outros subirão. Livremente! São paragens para abastecer, para descansar, para reflectir.
Precisará de manutenção. De revisão, de reforço didáctico e metodológico. De conteúdos que sejam construídos por todos os passageiros. De sustentabilidade, que, mais que recursos, contenha comunicação e muito diálogo. De educação para a liberdade;
Precisará de um ritmo. Que atenda e respeite os mais variados ritmos e tempos dos seus diferentes passageiros. Que saiba o tempo de correr e o tempo de parar. O tempo de dobrar os joelhos e fechar os olhos e o tempo de arregaçar as mangas e lutar. O tempo de ouvir e o tempo de falar;
Precisará de sinais. Quais serão os sinais que nos orientarão no percurso? Aqueles que apontem os perigos, os desafios, as conquistas e avanços. Para não ficarmos excessivamente optimistas e perdermos o senso crítico, mas também não nos perdermos nas críticas vazias e genéricas. Ambas têm o poder de afastar pessoas;
Precisará de janelas. Que possibilitem a entrada de ar fresco e refrescante. A brisa e o cheiro das nossas matas, rios e terras. O perfume das nossas flores, a beleza do nosso céu. Janelas que nos permitam namorar a vida. Aprender e ensinar com outras pessoas. Com outros passageiros de outros comboios, que deslizam sobre outros trilhos, mas que buscam a mesma estação final. A sociedade justa e solidária;
Precisará de eixos. Bem dimensionados, que suportem o peso das nossas utopias. Das nossas ousadias e indignações. Eixos temáticos que abriguem e articulem os nossos conteúdos, os nossos princípios e a nossa diversidade étnico/cultural. Que carreguem bem juntinhas, a fé e a vida;
Precisará de buzina. Para buzinar forte. Apitar alto a todos os ouvidos, quando algo ou alguém, ameaçar a vida, o nosso bem maior. Quando a vida humana for desumanizada. Quando as pessoas, a terra, os rios e as fontes forem mercadorizadas. Mas também para celebrarmos, aos quatro ventos, as nossas alegrias. Cantar os nossos louvores;
Precisará de pontes. Que sejam firmes e fortes. Na fé e na ideologia. Que nos liguem aos abismos sociais. Que acabem com os isolamentos e com as ilhas sociais. Que nos levem da indiferença e do comodismo ao empenho. À solidariedade e à indignação. Que nos traga sempre nova, a esperança. Fresca, viçosa e autónoma como a brisa de cada manhã;
Precisará de faróis. Que iluminem os nossos trilhos e destinos. Qual a lua clara sobre o mar, desvelem as realidades obscuras que naturalizam injustiças e opressões. Que iluminem os porões do autoritarismo, do moralismo e dos medos e aponte para o Reino de Deus pregado pelo jovem Nazareno. Que seja uma espiritualidade capaz de humanizar a vida e as relações. Que comunique o mistério e nos leve ao encontro com o sagrado. Que nos ajude e ensine a pensar e não nos transmita apenas pensamentos prontos. Que clareie o modo de ser igreja povo de Deus, igreja libertadora, gerada no Concílio Vaticano II;
Precisará de uma sombra. De uma árvore onde faremos poesia e descansaremos. Onde tiraremos as sandálias e descansaremos e de onde retomaremos a caminhada. Onde cantaremos salmos e reabasteceremos as nossas forças. Esta árvore só pode ser a da juventude plena, que é Deus.
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