É nestas alturas que saboreio o dom da Fé. O melhor que a vida me concedeu receber.
Perante dramas e tragédias gigantes como estas que hoje nos sobressaltam,
como não ter um "lugar" onde buscar o alento e a coragem necessária.
Não sei porque é que é, mas sei que é e, sendo, o que me desafia a ser humano: com humildade e carente de compaixão.
Há um universo vasto de gente que, nestas horas e por causa destas realidades dolorosas,vive profundamente perturbado pelas trevas da morte e do medo.
Pessoas que buscam e precisam de um ombro amigo.
De alguém olhe por elas e não os deixe sós.
Que encha, de algum modo, o enorme silêncio e barulho destas horas, de forma a que desemboque numa vida agradecida e reconhecida.
São horas cheias de nevoeiro, de embates, de estrondos violentos. Quem me acode? Quem virá em meu auxílio?
Como nós somos frágeis e vulneráveis.
Nestas horas não dá para ignorar!
Mas também somos portadores de uma grandeza tais que estas horas, de dor e confusão, ainda reclamam mais que se saiba e veja.
Que não faltem para todos os que vivem estes dramas por dentro (vítimas e prestadores de socorro!) sinais de partilha e comunhão, de misericórdia verdadeira e incondicional.
São numerosas as famílias que, nestas horas, saboreiam o que é pertencer a alguém e ter alguém a quem pertencemos.
Que, no fim, a paz seja vencedora e a Acção de Graças um fruto precioso.
Na vida o que conta não é como nem quando morremos.
O que conta é como vivemos.
E quando encontrarmos algum nevoeiro e o piso estiver molhado... todo o cuidado se justifica.
Os perigos não são invenção dos que só pensam no mal, mas reclamação de cuidados para quem quer viver bem e no bem.
São lições de vida que, de tão dolorosas, não podemos esquecer.
Paz eterna a quem partiu e consolação na esperança de quem ficou na luta da vida, ainda por cá.
In: facebook - Padre José Luís Borga
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