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SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, EU VOS AMO!

Oração ao Sagrado Coração de Jesus

Jesus, Senhor do perdão, fonte de paz e de graça para os nossos corações. Conforto dos pecadores, alento de quem Vos reza, força de quem Vos procura, porque em Vós quer encontrar-se. Nossas lágrimas são preces, nossas lágrimas são gritos, dizei, Senhor, à nossa alma: Sou a tua salvação. Quando a noite nos envolve, ficai connosco, Senhor, enchei de luz o silêncio das nossas horas de sombra. Jesus, bondade inefável, nunca nos falte na vida, Senhor, a Vossa clemência e caridade infinita. Jesus, nascido da Virgem, nós Vos louvamos, cantando, e sempre Vos louvaremos na glória do vosso reino. Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MARIA, AURORA DA IGREJA TRIUNFANTE


A Igreja é constituída por homens e mulheres chamados a participarem da vida
de Deus como Seus filhos adoptivos. Caminha para a meta eterna empenhada em
corresponder à sua vocação divina. Dirige-se “para fora do tempo”, para a morada
eterna de Deus. A Virgem Maria, que é membro da Igreja e exerce em relação a ela a
maternidade espiritual, tornou-se, após a sua assunção ao Céu, “a aurora e a imagem
da Igreja triunfante, sinal de consolação e esperança” para o povo de Deus peregrino
no mundo. Na solenidade da Assunção, a liturgia da Igreja exalta e convida-nos a
contemplar a Virgem Maria como “a Rainha do Céu, à direita de Deus, ornada do
ouro mais fino”. Ela experimentou de um modo privilegiado a ressurreição: Deus não
quis “que sofresse a corrupção do túmulo Aquela que gerou e deu à luz o Autor da
vida”, Jesus Cristo, e por isso levou-a para junto de Si.
O Livro do Apocalipse (11,19-12,10), sob a figura de uma mulher que está para ser
mãe perante a ameaça de um monstro que lhe quer devorar a filho, representa o povo
de Deus, cujos filhos gerados pelo baptismo são salvos por Deus. Como a mulher em
trabalhos de parto é muito vulnerável, assim a Igreja, que tem em si mesma a graça
de Deus, é, na sua humanidade, muito vulnerável e pode perder os seus filhos. Há,
na imagem da mulher que está para ser mãe, uma realidade do tempo, mas também
representa a condição gloriosa da Virgem Maria, que colabora com a Igreja na
geração para a fé de novos filhos de Deus, que contudo estão sob a ameaça das forças
do mal.
A Virgem Maria na glória do Céu beneficia da vitória de Cristo sobre a morte.
Atingiu a plenitude da vida. Torna-se então o espelho do cristão e da Igreja: o que
ela já vive por graça especial de Deus é concedido também a cada cristão, no seu
baptismo. Assim o afirma S. Paulo: “Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor
imenso com que nos amou, precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas
faltas, deu-nos a vida com Cristo – é pela graça que vós estais salvos – com Ele
nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo. Pela bondade que tem para
connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos futuros, a extraordinária
riqueza da sua graça.” (Ef 2. 4-7). Em Maria, portanto, vemos o que já somos e o que
havemos de ser no futuro, pela graça de Deus, quando Ele nos ressuscitar da morte e
nos fizer viver na sua morada por toda a eternidade. A nossa devoção a Maria ajuda-
nos a manter actualizado o dom divino e a viver dele enquanto caminhamos no tempo.
Como em Maria também em nós, a fé em Deus e a adesão generosa ao cumprimento
da sua palavra é a porta aberta para os dons divinos.
A oração da missa da Assunção refere que Maria é “a aurora e a imagem da Igreja
triunfante”. É o começo do triunfo da Igreja, pois a mão de Jesus também pertence ao
povo de Deus, é Igreja. Ela, que já acabou a sua peregrinação terrestre, mostra o que a
Igreja pode esperar em todos aqueles seus membros que cessam a sua passagem pelo
mundo e partem para a eternidade, os santos. Todos esses já participam da mesma
glória junto de Maria, constituindo a Igreja triunfante.
A narração da Visitação diz-nos o que podemos esperar de Maria como ajuda para
a nossa vida: a sua presença foi para Isabel e para o menino que gerava no seu seio
bênção e paz de Deus. Assim o é para cada cristão e também para a Igreja. A bênção
de Deus é força que nos protege e nos torna capazes de vencer as ameaças deste
mundo que encontramos no caminho da vida. E a Igreja será instrumento e canal para
que as graças de Deus se comuniquem aos homens.
A mesma narração, pela boca de Isabel, revela-nos que acreditar em Deus e na
sua Palavra nos permite experimentar a graça de Deus como protecção e auxílio.

Acreditar significa escutar Deus e viver como Ele nos diz. Quer dizer confiar mais
em Deus do que no mundo ou do que em nós mesmos. Então realizam-se as suas
maravilhas na nossa vida, como se verificaram em Maria, a últimas das quais é a
sua elevação ao Céu para participar plenamente na vida de Deus, vencendo o último
inimigo do homem, a morte, como diz S. Paulo na carta aos Coríntios (cf 15, 20-27).
A Igreja, caminhando na fé e obedecendo à palavra de Deus, vence o pecado e dá
sempre mais espaço à presença e acção da graça divina. Assim vai sendo preparada
para a vitória final sobre todo o mal e sobre a morte, quando entrar na glória eterna
e se tornar plenamente “a rainha do Céu”, a “esposa de Cristo”, a “cidade do Deus
vivo”.

Padre Jorge Guarda/Canção Nova

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