Oração ao Sagrado Coração de Jesus
Jesus, Senhor do perdão,
fonte de paz e de graça
para os nossos corações.
Conforto dos pecadores,
alento de quem Vos reza,
força de quem Vos procura,
porque em Vós quer encontrar-se.
Nossas lágrimas são preces,
nossas lágrimas são gritos,
dizei, Senhor, à nossa alma:
Sou a tua salvação.
Quando a noite nos envolve,
ficai connosco, Senhor,
enchei de luz o silêncio
das nossas horas de sombra.
Jesus, bondade inefável,
nunca nos falte na vida,
Senhor, a Vossa clemência
e caridade infinita.
Jesus, nascido da Virgem,
nós Vos louvamos, cantando,
e sempre Vos louvaremos
na glória do vosso reino.
Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A BARCA E A PESCA
Entre as imagens que exprimem a Igreja há a da barca e da pesca. Tem raízes evangélicas. No Evangelho de São Lucas (5, 1-11) há um episódio sugestivo e simbólico para significar a Igreja e a sua missão no mundo. A barca que sulca o mar representa a Igreja que navega no mundo. É frágil e está sujeita às investidas das ondas e ao perigo de naufrágio. É assim a Igreja no mundo. Ele também experimenta o fracasso, o vazio, os momentos críticos e de desânimo, sobretudo quando se guia somente pelas suas forças e ideias humanas, deixando de prestar a máxima atenção ao seu Senhor, a Jesus, a quem ela pertence.
Os pescadores representam todos os membros da Igreja. Todos entram nela e assumem tarefas diferenciadas, para o bom êxito da pesca. Jesus também vai na barca.
Pode estar adormecido, parecer longe da faina e nem se aperceber da instabilidade da barca. A sua presença, no entanto, é real e sempre convite à fé, a agir com o coração fixo em Deus e no poder da sua graça. Jesus é, na realidade, quem orienta a barca. Ele usa-a também para ensinar a multidão a partir dela, comunicando a palavra de Deus que ilumina, aquece e move a vida das pessoas. Ele é quem ordena a Simão para conduzir a barca para o mar de águas profundas e aí lançar de novo as redes. O pescador obedece, acolhe o desafio, embora a sua experiência e saber das artes da pesca lhe dissessem que a probabilidade de uma boa pesca não existia naquele dia e naquela hora. Acabou por ficar surpreendido com o resultado: nunca pescara em tanta abundância. Foi o maior sucesso profissional da sua vida.
Simão percebe então que, com Jesus, a sua vida teria novas possibilidades. E aceita o seu convite para ser “pescador de homens”. É a missão não apenas dele mas de toda a Igreja. Não se trata de viver e agir simplesmente ao nível dos homens, de seguir o bom senso ou a sabedora humana. Quem define a missão da Igreja, os caminhos e os meios para a realizar não são simplesmente os homens, mas Cristo e o Espírito Santo. Há hoje, tanto fora como dentro da Igreja, quem pretenda ensinar-lhe o que deve fazer, o que pode ensinar, como se deve organizar, qual o rumo a tomar, o estilo de vida a incarnar. Por tal caminho, a Igreja reduzir-se-ia a organização simplesmente humana e deixaria de ser a comunidade de Jesus, a barca onde ele viaja e a dirige.
Não há só a barca de Simão, há pelos menos outra, cujos pescadores são chamados a colaborar na recolha da abundante pesca, enchendo-se também. Esta diversidade de barcas evoca as múltiplas Igrejas, ou dioceses, que compõem a Igreja universal. Todas elas, em comunhão e colaboração, realizam a missão comum confiada por Jesus a todos e em todo o tempo.
A nova missão que Jesus confia a Simão, e nele à Igreja, é a de se tornar “pescador de homens”. Que significa? Que, através do Evangelho e da sua adesão na fé, o Reino de Deus pode chegar como dom e graça a todos. É a salvação, como experiência espiritual de transformação da própria vida. Através da Igreja, Deus quer revelar-se a todos os homens, convidá-los a entrar em comunhão com Ele e a viver o que oferece a cada um e a todos. A salvação é esperança e ajuda para a vida no tempo e promessa de plenitude na eternidade. A oferta de Deus é gratuita e dirigida à liberdade de cada pessoa. Neste sentido, a “pesca de homens” é bastante diferente da pesca de peixes, pois não é para se apossar deles e os comer, mas para oferecer uma nova vida aos homens e possibilitar-lhes a comunhão.
Mas, pensando bem, na pesca dos homens para a vida cristã também há morte, que é a transformação espiritual pela participação na morte e ressurreição de Jesus. O baptismo, que recebe o novo fiel de Jesus Cristo, é um morrer para o “homem velho” e um para uma vida nova, unindo-se a Jesus Cristo. É através desse banho regenerador que o cristão entra na barca da Igreja e participa da sua vida e missão.
Padre Jorge Guarda
In: cancão nova
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