Oito dias após o nascimento da Imaculada, seus pais reuniram os parentes no modesto lar. Segundo o costume judeu, iam em presença da família inteira impor um nome à graciosa criança que o Céu havia concedido às suas orações.
Deus, que não assinalou por prodígios exteriores a chegada ao mundo da Santíssima virgem, havia entretanto escolhido desde toda a eternidade o augusto nome que devia levar a Mãe do Salvador.
Enquanto Joaquim e Ana aguardavam com jubilosa impaciência a realização de suas esperanças, o grande mensageiro das misericórdias infinitas, o Anjo Gabriel, viera visitá-los para lhes revelar o nome bendito que o Altíssimo havia reservado á filha deles.
Em torno do berço onde sorria a Rainha do Céu, a família não alongou as deliberações. Os pais da Santíssima Virgem foram os primeiros a falar, e manifestaram a vontade da maneira mais clara: chamaram sua filha “Maria”.
Deus escondeu nesse nome dulcíssimo significados tão profundos, que deles faremos o objeto de nossas meditações.
Os comentadores mais autorizados nos ensinam que Maria quer dizer, em primeiro lugar, Soberana. De fato, a Virgem Imaculada reina gloriosamente sobre a Terra pelo culto que lhe prestamos, e nos Céus pelo esplendor de seu poder e beleza. Seu Divino Filho quis que a criação inteira se submetesse a seu cetro de amor.
(…)
O nome de Maria significa também amarga.
O Profeta Isaías, anunciando ao mundo o futuro do Messias, O havia chamado de “varão das dores”. Nossa Senhora, que foi a mais perfeita Imitadora de Nosso Senhor, foi a Virgem dolorosa.
O sofrimento é o grande redentor. É por ele que Maria Se associou ao pé da Cruz à obra de nossa libertação. É pela provação cristãmente aceita que nos salvamos. É pelo sofrimento enfim que podemos obter a graça da salvação para as almas que nos são caras.
Essa verdade parece dura; ela é menos terrível do que parece à primeira vista. O Deus infinitamente misericordioso e infinitamente bom que nos envia a dor, envia-nos sempre com ela uma força, até mesmo uma consolação e uma doçura.
O sofrimento é em nossas vidas o mensageiro misterioso da verdadeira alegria. Esse princípio brilha de maneira impressionante na história da Santíssima Virgem.
Extraído do livro: A Virgem Maria de Pe; Thomas de Saint Lourent
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