
A polícia atacou os manifestantes acampados desde Janeiro, na Praça da Liberdade, em Taiz, com tanques e blindados, e a onda de repressão, em que foram usadas balas reais, fez pelo menos 21 mortos e 150 feridos.
Taiz é uma das maiores cidades do país, e uma das primeiras onde se iniciaram os protestos contra o regime de Ali Abdullah Saleh, em que se exige a sua saída do poder.
A reacção dos militares, no passado domingo, veio aumentar ainda mais o clima de tensão no Iémen, com as autoridades a ignorarem o apelo dos líderes religiosos que exortaram os soldados e os agentes da polícia a desobedecerem às ordens de atirar contra os manifestantes.
Recorde-se que já em Março ocorreram protestos, nomeadamente na universidade, tendo então sido registados mais de meia centena de mortos e cerca de 126 feridos, quando homens armados - partidários do regime, segundo os manifestantes - dispararam contra a multidão.
Em protesto contra a dura repressão do regime, o governo já perdeu o titular da pasta de Direitos Humanos, Houda al-Baan, que renunciou ao cargo, advertindo para o uso excessivo da violência – no que foi apoiado também por Ekmeledin Hasan Oglo, Secretário da Conferência islâmica, organização que reúne 56 países islâmicos.
Neste país, os cristãos são uma ínfima minoria. A Constituição declara que o islamismo é a religião do Estado, sendo que o governo proíbe os não-muçulmanos de evangelizar. Sob o islamismo, na forma como é aplicado no país, a conversão de um muçulmano para outra religião é considerada apostasia, crime punível com a morte.
A perseguição é perpetrada principalmente pela família e sociedade, contra os muçulmanos que abandonam o islamismo. Actualmente, haverá apenas cerca de 3 mil cristãos no país.
Departamento de Informação da Fundação AIS
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