Em Duékoué, no Ocidente da Costa do Marfim, cerca de trinta mil pessoas, em fuga aos confrontos entre partidários de Alassane Ouattara e de Laurent Gbagbo, procuraram refúgio numa igreja.
Citado pela BBC, um padre missionário afirmou que algumas das pessoas estavam feridas e que a maior parte dos que ali se refugiaram são imigrantes oriundos de países da região.
No momento em que prestava as declarações aos jornalistas, o sacerdote estava abrigado debaixo de uma mesa, por precaução, pois eram claramente audíveis os disparos nas imediações da igreja.
Segundo os últimos relatos, cerca de uma dúzia de pessoas terão sido mortas nestes últimos confrontos, sendo que a ONU acusou os partidários de Gnagbo de terem disparado contra civis no bairro de Williamsville, em Abidjan.
No centro desta disputa está o facto de que Ouattara venceu as eleições presidenciais de Outubro, sufrágio validado pela comunidade internacional, mas que Gbagbo, derrotado, recusa aceitar, deixando assim o cargo de presidente do país que ocupa desde o ano 2000.
Entretanto, ontem, o Papa expressou a sua preocupação para com as populações da Costa do Marfim, "traumatizadas por dolorosas lutas internas e graves tensões sociais e políticas”.
Na audiência geral das quartas-feiras, no Vaticano, Bento XVI lançou um apelo “insistente” para que seja iniciado “o mais rapidamente possível um processo de diálogo construtivo para o bem comum” no país da costa ocidental de África.
A violência pós-eleitoral causou já mais de 460 mortos e quase um milhão de deslocados. Inserido nessa necessidade, o Papa anunciou que vai enviar o cardeal Peter Turkson Kodwo, como representante do Vaticano à Costa do Marfim, para ser parte activa na busca de uma solução pacífica para o conflito.
Departamento de informação da Fundação AIS
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