Oração ao Sagrado Coração de Jesus
Jesus, Senhor do perdão,
fonte de paz e de graça
para os nossos corações.
Conforto dos pecadores,
alento de quem Vos reza,
força de quem Vos procura,
porque em Vós quer encontrar-se.
Nossas lágrimas são preces,
nossas lágrimas são gritos,
dizei, Senhor, à nossa alma:
Sou a tua salvação.
Quando a noite nos envolve,
ficai connosco, Senhor,
enchei de luz o silêncio
das nossas horas de sombra.
Jesus, bondade inefável,
nunca nos falte na vida,
Senhor, a Vossa clemência
e caridade infinita.
Jesus, nascido da Virgem,
nós Vos louvamos, cantando,
e sempre Vos louvaremos
na glória do vosso reino.
Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.
domingo, 20 de junho de 2010
Memórias de irmã Lucia – As provações dentro de sua própria casa
As conseqüências para os pastorinhos de Fátima que tiveram visões de Nossa Senhora
Vai pedir comida a essa Senhora
No seio da minha família havia ainda outro desgosto, de que eu era a culpada, como diziam. A Cova da iria era uma propriedade pertencente a meus pais. No fundo, tinha um pouco de terreno bastante fértil, no qual se cultivava bastante milho, legumes, hortaliças, etc.. Nas encostas havia algumas oliveiras, azinheiras e carvalhos.
Ora, desde que o povo aí começou a ir, não mais aí pudemos cultivar coisa alguma. As gentes tudo pisavam. Grande parte ia a cavalo, e os animais acabavam de comer e estragar tudo. Minha mãe, lamentando esta perda, dizia-me: “Tu, agora, quando quiseres comer, vais pedi-lo a essa Senhora!”. Minhas irmãs acrescentaram: “Tu agora, só havias de comer o que se cultiva na Cova da Iria!”
Estas coisas custavam-me tanto que eu não me atrevia a pegar num bocado de pão para comer. Minha mãe, para obrigar-me a dizer a verdade, como ela dizia, chegou, não poucas vezes, a fazer-me sentir o peso de algum pau, destinado ao lume, que encontrasse no canto da lenha, ou do cabo da vassoura.
Mas, como ao mesmo tempo era mãe, procurava depois levantar-me as forças decaídas, e afligia-se ao ver-me definhar, com uma cara amarela, temendo que fosse adoecer. Pobre mãe! agora, sim, que compreendo verdadeiramente a situação em que se encontrava, e que tenho pena dela! Na verdade, ele tinha razão para me julgar indigna dum tal favor e por isso de me julgar mentirosa.
Por uma graça especial de Nosso Senhor, nunca tive o menor pensamento nem movimento contra seu modo de proceder a meu respeito. Como o Anjo me tinha anunciado que Deus me mandaria sofrimentos, vi sempre em tudo isto Deus, que assim queria.
O amor, a estima e o respeito que lhe devia, continuou sempre aumentando, como se fosse muito acariciada. E agora estou-lhe mais reconhecida por me ter tratado assim, do que se me tivesse continuado a criar entre mimos e carícias.
Extraído do livro: “O Segredo de Fátima” – Irmã Lucia
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