Oração ao Sagrado Coração de Jesus
Jesus, Senhor do perdão,
fonte de paz e de graça
para os nossos corações.
Conforto dos pecadores,
alento de quem Vos reza,
força de quem Vos procura,
porque em Vós quer encontrar-se.
Nossas lágrimas são preces,
nossas lágrimas são gritos,
dizei, Senhor, à nossa alma:
Sou a tua salvação.
Quando a noite nos envolve,
ficai connosco, Senhor,
enchei de luz o silêncio
das nossas horas de sombra.
Jesus, bondade inefável,
nunca nos falte na vida,
Senhor, a Vossa clemência
e caridade infinita.
Jesus, nascido da Virgem,
nós Vos louvamos, cantando,
e sempre Vos louvaremos
na glória do vosso reino.
Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
O IDEAL
Deus não aceita negociações. Prefere almas que se lancem cegamente à conquista, à vivência dum ideal; não almas tortuosas, mas almas rectilíneas.
Modelo de almas com um ideal, como de tudo o que é perfeito, Jesus.
E o ideal que lhe ilumina toda a vida é este:
- Vim à terra para fazer a vontade d'Aquele que me enviou.
À luz deste princípio se desenrola toda a sua vida na terra. Tem de passar por cima de sentimentos de carinho, de perigo, de tentações acomodatícias? Não importa. Nada, nem sequer a morte, o afasta do seu caminho rectilíneo.
Tem apenas doze anos. Segundo o preceituado pela Lei, sobe com os pais ao templo de Jerusalém para orar. E fica no Templo. Quando, de regresso, os santos Esposos José e Maria dão pela sua falta, ficam aflitos por terem perdido o ser a quem mais queriam: Jesus.
Encontram-no por fim no templo de Jerusalém.
E logicamente surge uma censura maternal: -Meu filho, porque procedeste assim para connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à procura de Ti...
- E porque é que andáveis à procura de Mim?
- respondeu Ele. - Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai?
No alto do monte da quarentena o demónio provoca-o descaradamente com toda a espécie de tentações fascinantes; tentações de alma e de corpo, tentações de orgulho e de auto-suficiência tentações de comodidade para que Ele atraiçoe a vocação. Mas Ele rejeita tudo com energia para não abandonar o seu ideal.
Expulsa do templo, à chicotada, os vendilhões, sabendo que vai indispor contra si os sacerdotes, os ricos, os negociantes. Não importa. «Devora-me o zelo da tua casa». Está todo entregue ao seu ideal.
Sabe muito bem que aquele atrevimento lhe pode custar a vida. Mas quer cumprir a vontade do Pai, não pode contemporizar. Tem de obedecer simplesmente a Deus. Quem cumpre a vontade de Deus procede sempre rectamente.
Exalta encomiasticamente a figura de João Baptista por ele ser um homem de ideal, e não uma cana movediça, agitada pelo vento de qualquer circunstância.
Está a pregar. As multidões idolatram-no e seguem-no por toda a parte. Serve de púlpito nesse momento qualquer banco da casa. Lá dentro não cabia mais ninguém, e os de fora debalde se esforçavam por entrar.
Alguém lhe chama a atenção:
- Estão lá fora tua Mãe e teus irmãos...
- Minha mãe e meus irmãos são todos os que cumprem a vontade de Deus - foi a resposta seca e incisiva.
Quando os discípulos chegaram junto ao poço de Jacob, vindos da povoação vizinha onde tinham ido fazer compras, convidaram Jesus a comer. E Ele respondeu:
- A minha comida é outra: é fazer a vontade d' Aquele que me enviou.
Pedro ama o Senhor entranhadamente. Ouvira-Lhe dizer, havia pouco, que teria de subir a Jerusalém, e sofrer muito, e morrer numa cruz. O discípulo fica preocupado, a pensar nos planos do Senhor, e resolve intervir. E mal o Mestre fica sozinho, Pedro aproxima-se d'Ele e trata de convencê-lo:
- Permita Deus que isso não aconteça. Não deves subir a Jerusalém! Seria uma loucura... precisamente agora, que andam a tentar matar-te!
Mas o Senhor replica:
- Retira-te de mim, Satanás! És para mim um escândalo, porque não entendes as coisas de Deus, mas só as dos homens.
E era Pedro quem assim o aconselhava, o discípulo de confiança, e na melhor das intenções. Mas o caso é que aquelas sugestões opunham-se directamente à decisão de Jesus de realizar o seu ideal.
No alto da Cruz ouve gritos insultantes: “desce da cruz, e acreditaremos em ti». Pois prefere morrer de dor a deixar-se levar por facilidades.
Mas por fim pode expirar fitando o céu com a consciência tranquila e dizendo ao Pai: «Está tudo consumado; cumpri a tua vontade».
A vida não vale a pena ser vivida se não é por um grande ideal. «Quem o possui terá os dias iluminados por um foco potentíssimo que inunda de luz até o mais recôndito da alma», escreveu o autor de Almas a arder. As nossas vidas, como as nossas acções, valorizam-se pelo fim que as motiva e informa. Vida que se não viva por um grande ideal, não passa duma vida aburguesada; nunca irá além do caminho recalcado do ordinário."
Só as almas apaixonadas por um ideal deixam rastos; as outras escrevem na água.
E não há ideal mais completo nem mais fecundo que o Ideal de Deus, o seu Amor, feito vida em nós.
Para viver este ideal divino importa libertarmo-nos de tudo e de todos. Viver independentemente das circunstâncias, das coisas e das pessoas. A alma vulgar deixa-se levar pelas circunstâncias, prósperas ou adversas. A alma sobrenatural vive unida só a Deus, absolutamente independente de tudo quanto a rodeia. Só Deus e a sua santíssima vontade.
As almas de meias-tintas não agradam a Deus, nem aos homens, nem ao diabo.
«Tanto mais fecundo será um ideal, quanto mais enraizado estiver na alma; o ideal viverá connosco na medida em que nos entreguemos a ele até à morte.
O teu ideal por cima de tudo e de todos, porque «o ideal vale mais do que a vida”. Qualquer alma tem um ideal a cumprir, uma vocação, um destino a preencher. O ideal do cristão é o próprio Deus, conhecido, amado e imitado. Ideal sublime, difícil, mas não impossível, porque quando «o coração se empenha num grande ideal, não há empresa impossível ao homem».
Se queremos realizar o ideal que Deus outorgou a cada um de nós, é necessário pôr de parte os temores e as prudências humanas.
«Não se deve pensar se se alcançará ou não o objectivo, se se virá a conseguir alguma coisa, se não estaremos a fazer de parvos...Sem ligar a mínima importância às opiniões dos homens, pondo de parte qualquer hesitação, há que obedecer única e simplesmente a Deus. Quem cumpre a vontade de Deus, age sempre rectamente, sejam quais forem as consequências, porque o responsável de tudo é Deus, e só Ele», escreve Hans Wirtz.
Meu Deus! Estou sempre a sonhar em santidade, em amor para contigo... e qualquer coisita me detém.
Não sei saltar por cima do frio, da sede, do calor, do amor-próprio, de legítimas afeições. Deixo-me levar pelas mil circunstâncias de cada dia. Se tudo me corre bem, dou-me a Ti; se não me corre tão bem, apenas me dou a meias.
E só as almas de ideal é que conseguem voar; as outras rastejam.
Jesus, possa eu, ao expirar, exclamar como Tu: «Cumpri tudo quanto me mandaste, porque fiz do teu ideal a vida da minha vida.»
Fonte: Jam
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