
O Malawi tem uma maioria cristã de 80% mas, na Diocese de Mangochi, no sul do país, há 75% de muçulmanos e esta circunstância acarreta, por vezes, tensões. Recentemente, incendiaram o automóvel do bispo e os escritórios de diversas organizações. Em Outubro de 2010, alunos muçulmanos de uma escola católica destruíram e queimaram Bíblias. Segundo o que disseram, tinham-nos obrigado a aceitar um exemplar, embora o director da escola tivesse dito expressamente que ninguém era obrigado a ter uma Bíblia. O Pároco Chimbwanya, que presenciou os acontecimentos, afirmou: “O comportamento destes jovens indicia perigo. Normalmente, no Malawi, os alunos duma escola primária nunca se atreveriam a estragar um livro em frente dos seus professores e, muito menos, um livro religioso. A minha conclusão é que estes jovens estão sujeitos a uma má influência que, não controlada, pode levar a que, no futuro, haja perigosos extremistas no país”.
Na sua opinião, é importante travar um diálogo com os representantes do Islão. Factos idênticos aos descritos e mal entendidos já ocorreram ocasionalmente mas, até ao momento, não se organizou ainda um encontro para abordar estes temas, não só ao mais alto nível mas também ao nível geral. “Espero que no futuro, nós, os dirigentes religiosos da região, tenhamos oportunidade de nos sentarmos a uma mesa para estudar como conviver sem confrontos”, sublinhou o P. Chimbwanya.
O Bispo de Mangochi, D. Alessandro Pagani, pôs em marcha um projecto para promover o diálogo e a convivência pacífica entre os diversos grupos religiosos. O objectivo é que os representantes das diferentes religiões enfrentem, em conjunto, os desafios sociais, porque há problemas como a pobreza, a sida, o analfabetismo, a violência doméstica e outros, que precisam duma resposta comum.
Mediante a formação básica e contínua dos dirigentes de todos os grupos religiosos, dos líderes juvenis e dos políticos, juntamente com o uso dos meios de comunicação social, pretende-se identificar e solucionar conflitos, e estabelecer uma cooperação construtiva.
Fonte: Fundação AIS
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