O Vaticano pediu ontem aos hindus que combatam "a propaganda odiosa" e permitam que os cristãos exerçam a sua religião sob todos os seus aspectos, numa mensagem divulgada por ocasião da festa religiosa Deepavali.
Assinado pelo cardeal Jean-Louis Tauran e pelo Monsenhor Pier Luigi Celata, os dois primeiros responsáveis pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso, esta mensagem foi divulgada num momento em que ocorre um clima tenso por causa das perseguições aos cristãos em algumas regiões da Índia.
De Orissa a Kerala, grupos extremistas hindus não aceitam que indianos - geralmente os Dalit, ou intocáveis - abracem a fé cristã, construindo igrejas ou exercendo o seu culto em público. Em retaliação a isso, diversas igrejas foram queimadas, e alguns cristãos assassinados ou perseguidos.
A mensagem foi enviada também quando falta uma semana para a realização de mais um encontro interreligioso de Assis, onde é aguardada precisamente uma delegação de sete hindus, incluindo o professor Rajhmoon Gandhi, sobrinho de Mahatma Gandhi.
Tauran e Celata lembram no documento que o Deepavali, a popular festa da luz celebrada no dia 26 de Outubro, "marca a vitória da verdade sobre a mentira, da luz sobre as trevas, do bem sobre o mal".
Eles pedem "o compromisso comum de hindus e católicos com a liberdade religiosa" frente aos "preconceitos, às injúrias, a uma propaganda odiosa, à discriminação e à perseguição com base em afiliações religiosas".
A liberdade religiosa exclui a "coacção" de "indivíduos, de grupos, de comunidades ou de instituições" e implica as liberdades "de professar, praticar e divulgar a sua própria religião, em público ou em particular, sozinho ou em comunidade". Ela obriga as autoridades civis, indivíduos e grupos, a "respeitar a liberdade dos outros" que é também "a de mudar a sua própria religião", acrescentaram as duas autoridades católicas na referida mensagem.
Departamento de Informação da Fundação AIS
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