É uma contradição chocante: num estudo elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), conclui-se que cerca de 1,3 mil milhões de toneladas de comida produzida mundialmente são perdidas ou desperdiçadas, enquanto que um número estimado de cerca de 870 milhões de pessoas passam fome.
Já na passada quarta-feira, o Papa Francisco abordou esta questão afirmando que estamos perante “uma cultura do descartável” que nos tornou “insensíveis aos “desperdícios e aos restos de alimentos – o que é ainda mais deplorável quando muitas pessoas e famílias sofrem fome e desnutrição em várias partes do mundo”.
O Santo Padre convidou o mundo a reflectir sobre esta questão, do “desperdício quotidiano de comida”. E acrescentou: “lembremo-nos, porém, que o alimento que deitamos fora é como se o tivéssemos roubado da mesa do pobre, de quem tem fome! Jesus não quer desperdício”, lembrou o Papa. “Depois da multiplicação dos pães e dos peixes, mandou recolher os pedaços que sobraram, para que nada se perdesse. Quando o alimento é repartido de modo justo, ninguém carece do necessário”.
Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, numa mensagem para arranque de uma campanha contra o desperdício na alimentação, condenou esta situação de esbanjamento quase criminoso de alimentos ao mesmo tempo que tantas pessoas vivem na mais absoluta pobreza: “'Isto é uma ofensa a todos os que têm fome, mas também representa um custo enorme para o meio ambiente em termos de energia, terra e de água. Convido todos a refletirem sobre o problema da perda e do desperdício de alimento para identificar vias que sejam veículo de solidariedade e de compartilha com os mais necessitados. Ecologia humana e ecologia ambiental caminham juntas.”
Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt
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