Recados para Orkut


SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, EU VOS AMO!

Oração ao Sagrado Coração de Jesus

Jesus, Senhor do perdão, fonte de paz e de graça para os nossos corações. Conforto dos pecadores, alento de quem Vos reza, força de quem Vos procura, porque em Vós quer encontrar-se. Nossas lágrimas são preces, nossas lágrimas são gritos, dizei, Senhor, à nossa alma: Sou a tua salvação. Quando a noite nos envolve, ficai connosco, Senhor, enchei de luz o silêncio das nossas horas de sombra. Jesus, bondade inefável, nunca nos falte na vida, Senhor, a Vossa clemência e caridade infinita. Jesus, nascido da Virgem, nós Vos louvamos, cantando, e sempre Vos louvaremos na glória do vosso reino. Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do Vosso Amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do Vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina a abundância dos Vossos dons. Por Nosso Senhor.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


Quarta-feira da 22ª semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, nº 84, 2-3

«As multidões procuravam-No [...]. Mas Ele disse-lhes: 'Tenho de anunciar também às outras cidades'»

Saiba toda a alma que busca a Deus que ela foi por Ele procurada primeiro, que a buscou antes que ela O buscasse. [...] «Toda a noite procurei Aquele que o meu coração ama» (Ct 3,1). A alma procura o Verbo, mas é o Verbo Quem a procura de antemão. [...] Quando entregue a si própria, a nossa alma mais não é do que um sopro que passa e não volta (Sl 78(77),39). Escutai o que ela diz, ao longe fugitiva e à deriva: «Ando errante como ovelha perdida; vem à procura do teu servo» (Sl 119(118),176). Homem, queres voltar? Mas se isso depende da tua vontade, porque pedes auxílio? [...] É evidente que queres e não podes, pois não és mais do que um sopro que passa e não volta, e todo aquele que não quer ainda mais longe anda. [...] Mas donde lhe vem essa vontade? De que a procurou e visitou antes o Verbo, numa procura em tudo menos ociosa uma vez que lhe despertou a vontade sem a qual não poderia voltar.

No entanto, não basta que o Senhor a tenha buscado uma vez, tanta é a lassidão e tantas as dificuldades da volta. [...] «O querer está ao meu alcance, diz, mas realizar o bem, isso não» (Rm 7,18). O que busca, então, aquele que citámos no Salmo? Apenas isso mesmo: que o busquem, pois nunca tal faria se não fosse de antemão buscado e, por conseguinte, não recomeçaria a sua busca se o tivessem suficientemente buscado.

Evangelho segundo S. Lucas 4,38-44.


Naquele tempo, deixando a sinagoga, Jesus entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com muita febre, e intercederam junto dele em seu favor.
Inclinando-se sobre ela, ordenou à febre e esta deixou-a; ela erguendo-se,começou imediatamente a servi-los.
Ao pôr-do-sol, todos quantos tinham doentes, com diversas enfermidades, levavam-lhos; e Ele, impondo as mãos acada um deles, curava-os.
Também de muitos saíam demónios, que gritavame diziam: «Tu és o Filho de Deus!» Mas Ele repreendia-os e não os deixava falar, porque sabiam que Ele era o Messias.
Ao romper do dia, saiu e retirou-se para um lugar solitário. As multidões procuravam-no e, ao chegarem junto dele, tentavam retê-lo, para que não se afastasse delas.
Mas Ele disse-lhes: «Tenho de anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado.»
E pregava nas sinagogas daJudeia.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

terça-feira, 30 de agosto de 2011

16.ª Lição - A celebração da Eucaristia ou Santa Missa


– Qual é a principal celebração festiva dos cristãos?
É a celebração da Eucaristia ou Santa Missa, nos domingos e dias santos.

– O que é a Eucaristia ou Santa Missa?
É a celebração da entrega que Jesus fez da sua vida a Deus Pai, para nós recebermos o perdão dos pecados e vivermos na graça de Deus.

– Que relação tem a Eucaristia ou Santa Missa com o sacrifício de Jesus na Cruz?
A Santa Missa torna presente no altar o sacrifício de Jesus na Cruz, de modo a podermos participar nele.

– Como é que a Santa Missa torna presente o sacrifício de Jesus na Cruz?
Foi Jesus que, na Última Ceia com os Apóstolos, tornou presente o sacrifício que ia oferecer e disse aos Apóstolos que fizessem o mesmo, no futuro.

– Como é que, na Última Ceia, Jesus tornou presente o seu sacrifício na Cruz?
Jesus tomou o pão, deu graças a Deus, partiu-o e entregou-o aos Apóstolos para comerem, dizendo que era o seu Corpo que ia ser entregue; pouco depois, fez o mesmo com o cálice com vinho, dizendo que era o seu Sangue que ia ser derramado.

– Que relação há entre a Última Ceia e a Santa Missa?
Na Santa Missa, o sacerdote que celebra faz o mesmo que Jesus fez na Última Ceia, porque Jesus lhe deu esse poder.

– Qual é momento mais importante da Santa Missa, em que Jesus e o seu sacrifício na Cruz se tornam realmente presentes?
É o momento da Consagração, em que o pão e o vinho passam a ser o Corpo e o Sangue de Jesus oferecidos a Deus na Cruz.

– Na Santa Missa, como podemos viver com Jesus o seu sacrifício na Cruz?
Unindo-nos a Jesus com fé e com amor durante a Santa Missa e, se estivermos bem preparados, recebendo a Jesus na Sagrada Comunhão.

– É preciso comungar o pão e o vinho consagrados, para recebermos Jesus na Sagrada Comunhão?
Não; basta recebermos a Hóstia consagrada, porque Jesus ressuscitado está tanto no pão como no vinho consagrados.

– Por que é que se guarda no Sacrário a Hóstia consagrada?
Como Jesus está presente na Hóstia consagrada, ela fica guardada no Sacrário para poderem comungar os doentes e os que não puderam ir à Missa; e também para podermos acompanhar a Jesus sempre que quisermos, experimentando o seu imenso amor.

– Por que se celebra a Santa Missa nos domingos e dias santos?
A Santa Missa celebra-se todos os dias; mas os cristãos têm obrigação de participar nela nos domingos e festas de guarda, porque nesses dias se recorda a Ressurreição de Jesus e as festas cristãs mais importantes.

– O que nos manda o primeiro mandamento da Santa Igreja?
Manda-nos participar na Santa Missa e abster-se de trabalhos desnecessários nos domingos e festas de guarda.
Fonte JAM

Evangelho segundo S. Lucas 4,31-37.


Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaúm, cidade da Galileia, e a todos ensinava ao sábado.
E estavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade.
Encontrava-se na sinagoga um homem que tinha um espírito demoníaco, o qual se pôs a bradar em alta voz:
«Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus!»
Jesus ordenou-lhe: «Cala-te e sai desse homem!» O demónio, arremessando o homem para o meio da assistência, saiu dele sem lhe fazer mal algum.
Dominados pelo espanto, diziam uns aos outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!»
A sua fama espalhou-se por todos os lugares daquela região.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Martírio de S. João Baptista – Memória Obrigatória


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Lansperge, o Cartuxo (1489-1539), religioso e teólogo
Sermão sobre a Degolação de São João Batista. Opera omnia, t. 2, pp. 514 ss.

João Baptista morre por Cristo

João não viveu para si próprio nem morreu para si próprio. A quantos homens carregados de pecados a sua vida dura e austera não terá levado à conversão? A quantos homens a sua morte não merecida não terá encorajado a suportar as provas? E a nós, donde nos vem hoje a ocasião para darmos fielmente graças a Deus, senão da lembrança de São João Baptista, assassinado pela justiça, ou seja por Cristo? [...]

Sim, João Baptista sacrificou de todo o coração a sua vida terrena por amor de Cristo; preferiu menosprezar as ordens do tirano que as de Deus. Este exemplo ensina-nos que nada nos deve ser mais querido que a vontade de Deus. Agradar aos homens não serve de grande coisa; em geral, até prejudica grandemente. [...] Por esta razão, com todos os amigos de Deus, morramos para os nossos pecados e as nossas preocupações, pisemos o nosso amor próprio desviado e deixemos crescer em nós o amor fervoroso a Cristo.

Evangelho segundo S. Marcos 6,17-29.


Naquele tempo,o rei Herodes mandara prender João e pô-lo a ferrosna prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que eledesposara.
Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo amulher do teu irmão.»
Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe amorte, mas não podia,
porque Herodes temia João e, sabendo que era homemjusto e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, masescutava-o com agrado.
Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, peloseu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aosprincipais da Galileia.
Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíadeagradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o quequiseres e eu to darei.»
E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o queme pedires, nem que seja metade do meu reino.»
Ela saiu e perguntou àmãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.»
Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Queroque me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.»
O reificou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quisrecusar.
Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça deJoão. O guarda foi e decapitou-o na prisão;
depois, trouxe a cabeça numprato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe.
Tendo conhecimento disto,os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

domingo, 28 de agosto de 2011


22º Domingo do Tempo Comum - Ano A


Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo
Sermão 159; CCL 104, 650

«Siga-Me»

Ao pecar, o homem enchera o seu caminho de obstáculos, mas este ficou facilitado quando Cristo o pisou com a Sua ressurreição e transformou um carreiro estreito numa avenida digna de um rei. A humildade e a caridade são os dois pés que permitem percorrê-la rapidamente. Todos são atraídos para as alturas da caridade, mas a humildade é o primeiro degrau que é preciso subir. Porque levantas o pé acima de ti? Afinal queres subir ou queres cair? Começa pelo primeiro degrau, ou seja, pela humildade, e ele te permitirá subir.


Eis porque o nosso Senhor e Salvador não Se limitou a dizer: «Renuncie a si mesmo», mas antes acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me». Que significa: tome a sua cruz? Suporte tudo o que lhe é penoso, pois é assim que caminhará atrás de Mim. Assim que tiver começado a seguir-Me, adaptando-se à Minha vida e aos Meus mandamentos, encontrará no seu caminho muitas pessoas que o contradirão, que procurarão desviá-lo, que não apenas troçarão dele mas o perseguirão. Essas pessoas não se encontram somente entre os pagãos que estão fora da Igreja; encontram-se até entre os que, vistos do exterior, parecem estar na Igreja. [...]


Portanto, se desejas seguir Cristo, toma a tua cruz sem mais demora e suporta os maus sem te deixares abater. [...] «Se alguém quiser vir Comigo, tome a sua cruz e siga-Me.» Se quisermos pôr isto em prática, esforcemo-nos, com a ajuda de Deus, por fazer nossas estas palavras do apóstolo Paulo: «Se tivermos de que nos alimentar e vestir, contentemo-nos com isso». Há o perigo de, ao procurarmos mais bens terrestres do que aqueles de que precisamos, «querendo enriquecer», virmos a «cair na armadilha da tentação, numa quantidade de desejos absurdos e perigosos, que precipitam as pessoas na ruína e na perdição» (1Tm 6,8-9). Que o Senhor Se digne tomar-nos sob a Sua protecção e livrar-nos desta tentação.

Evangelho segundo S. Mateus 16,21-27.


A partir desse momento, Jesus Cristo começou a fazer ver aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito, da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos doutores da Lei, ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.
Tomando-o de parte, Pedro começou a repreendê-lo, dizendo: «Deus te livre, Senhor! Isso nunca te há-de acontecer!»
Ele, porém, voltando-se,disse a Pedro: «Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens!»
Jesus disse, então,aos discípulos: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la.
Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Ou que poderá dar o homem em troca da sua vida?
Porque o Filho do Homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme o seu procedimento.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

sábado, 27 de agosto de 2011

Sábado da 21ª semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Catecismo da Igreja Católica
§§ 2402-2405

Confiou-lhes os seus bens

O destino universal e a propriedade privada dos bens: No princípio, Deus confiou a terra e os seus recursos à gestão comum da humanidade, para que dela cuidasse, a dominasse pelo seu trabalho e gozasse dos seus frutos (Gn 1, 26-29).Os bens da criação são destinados a todo o género humano. No entanto, a terra foi repartida entre os homens para garantir a segurança da sua vida, exposta à penúria e ameaçada pela violência. A apropriação dos bens é legítima, para garantir a liberdade e a dignidade das pessoas, e para ajudar cada qual a obviar às suas necessidades fundamentais e às necessidades daqueles que tem a seu cargo. Tal apropriação deve permitir que se manifeste a solidariedade natural entre os homens. O direito à propriedade privada [...] não anula a doação original da terra à humanidade no seu conjunto. O destino universal dos bens continua a ser primordial, embora a promoção do bem comum exija o respeito pela propriedade privada, do direito a ela e do respectivo exercício.


«Quem usa desses bens, não deve considerar as coisas exteriores, que legitimamente possui, só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar, não só a si, mas também aos outros» (Vaticano II, GS 69). A propriedade dum bem faz do seu detentor um administrador da providência de Deus, com a obrigação de o fazer frutificar e de comunicar os seus benefícios aos outros, a começar pelos seus próximos. Os bens de produção [...] requerem os cuidados dos seus possuidores, para que a sua fecundidade aproveite ao maior número. Os detentores dos bens de uso e de consumo devem utilizá-los com moderação, reservando a melhor parte para o hóspede, o doente, o pobre.

Evangelho segundo S. Mateus 25,14-30.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem que, ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens.
A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu.
Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco.
Da mesma forma, aquele que recebeu dois ganhou outros dois.
Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e pediu-lhes contas.
Aquele que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e entregou-lhe outros cinco, dizendo: 'Senhor,confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.’
Osenhor disse-lhe: 'Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’
Veio, emseguida, o que tinha recebido dois talentos: 'Senhor, disse ele, confiaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que eu ganhei.’
O senhor disse-lhe: 'Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta,muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’
Veio, finalmente, o que tinha recebido um só talento: 'Senhor, disse ele, sempre te conheci como homem duro, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste.
Por isso, com medo, fui esconder o teu talento na terra. Aqui está o que te pertence.’
O senhor respondeu-lhe: 'Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei.
Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros.’
Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos.
Porque ao que tem será dado e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
A esse servo inútil,lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’»

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Como viver a pureza


Deixaste-te enganar, e erraste em tantas coisas na tua infância, adolescência, juventude, e até mesmo depois de casado... no entanto, havia algo no teu interior a dizer “não”. Havia algo no fundo do teu coração que não concordava com isto.
É por isso que precisamos de dizer "não" ao tentador: "Tu já me enganaste demais, já foste sujo e covarde comigo... Eu digo-te 'não'! Rompo com os teus propósitos e não quero mais saber das tuas mentiras. Não sou mais trouxa!"
E ao mesmo tempo é preciso pedir a Deus: "Transforma, Senhor, a minha mente, o meu coração, os meus sentimentos. Muda até mesmo o meu corpo que ficou magoado, ferido, contaminado por tudo isto. Quero viver a pureza. Quero viver santidade".
Deus Pai quer-nos santos! Precisamos de dizer um "não" definitivo ao pecado.
Isto aconteceu com muitos de nós: já na adolescência tivemos as nossas primeiras aventuras, as nossas primeiras experiências: masturbação, garotices na rua... No fundo, sabíamos que era errado... Mesmo que ninguém tivesse dito isto, o coração não se engana. Deus pôs a Sua imagem e a Sua santidade em nós. Por isso quando pecamos, acabamos por ficar envergonhados. Já não rezamos mais... Já não vamos à igreja e não comungamos... Temos medo de nos confessar... E preferimos abandonar a Igreja, largar Deus, por vergonha.
O tentador continua a fazer a mesma coisa. Ele leva-nos a ter pensamentos e desejos que sabemos que são errados. Depois envergonha-nos, “esfregando” a nossa cara nas asneiras que nós mesmos fizemos. Impede-nos de confessar e de voltar à igreja e à oração. O inimigo de Deus faz tudo para impedir a nossa santificação. Mas o Senhor quer povoar o céu com homens e mulheres. Quando o Senhor vier, é preciso que nós homens, como os apóstolos, como os patriarcas e os profetas, estejamos firmes na luta contra o pecado e na busca de santidade.
O maligno sabe o valor do homem dentro do lar, dentro da igreja doméstica, que é a família. As mulheres têm aguentado sozinhas. O inimigo insinua a nós homens que ainda somos capazes de atrair, seduzir... E facilidades não faltam para que o homem caia no erro. O demónio faz de tudo para derrotar a nós homens. Ele não quer que o céu seja povoado de homens.
Chegou a hora de dar um “basta” nisto! É hora de assumir a santidade, que é sinónimo de pureza. O inimigo é tão sujo que quer fazer com as mulheres o mesmo que fez connosco, homens.
Mulheres, não deixem que o inimigo estrague tudo! A vossa sexualidade é um presente divino, é participação no poder criador de Deus. Uma vez fecundada, no seu próprio corpo tu geras um filho para Deus. Depois continuas a gerar para a santidade. Isto é maravilhoso. Tu és a educadora dos teus filhos e do teu marido. Deus conta contigo para o levares à santidade.
É certo que tu, mulher, queres chegar diante de Deus e dizer: “Ó Deus, estamos todos aqui. Não foi fácil trazer o meu marido e cada um dos meus filhos, mas estamos aqui. Missão cumprida, Senhor”.
Deus uniu-te em casamento para levar o teu marido e toda a tua família para Ele. A nossa aventura é lutar para que toda a nossa família seja transplantada, como um canteiro, no jardim do céu.
fonte: JAM

Sexta-feira da 21ª semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 93

«Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias»

«A meio da noite, ouviu-se um brado». Que brado é este senão aquele de que fala o apóstolo Paulo: «Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final»? «Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados» (1Co 15,52). Depois deste brado, que soará a meio da noite, que acontecerá? «Todas despertaram». Que quer isto dizer? O próprio Senhor nos diz: «É chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a Sua voz e sairão» (Jo 5,28) [...].

Que querem dizer estas palavras: «Não levaram azeite consigo»? Consigo, quer dizer nos seus corações. [...] As virgens insensatas, que não levaram azeite com elas, procuraram agradar aos homens pela sua continência e pelas suas boas obras, simbolizadas pelas candeias. Ora, se o motivo das suas boas obras é agradar aos homens, elas não levam azeite com elas. Mas vós, levai o azeite convosco; levai-o no vosso interior, onde penetra o olhar de Deus; trazei aí o testemunho de uma boa consciência. [...] Se evitais o mal e se fazeis o bem para recolher lisonjas dos homens, então não tendes azeite no interior das vossas almas [...].

Antes de estas virgens terem adormecido, não se disse que as suas candeias estivessem apagadas. As candeias das virgens prudentes brilhavam com um vivo fulgor, alimentadas pelo azeite interior, pela paz da consciência, pela glória secreta da alma, devido à caridade que a abrasa. As candeias das virgens insensatas também brilhavam. E porquê? Porque a sua luz era mantida pelos louvores humanos. Quando se levantaram, isto é, na ressurreição dos mortos, começaram a pegar nas candeias, ou seja, a preparar as contas que deviam prestar a Deus pelas suas obras. Mas, nessa altura, já não haverá ninguém para as elogiar. [...] Elas tentarão, como sempre tinham feito, brilhar com o azeite alheio, viver das lisonjas dos homens: «Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se».

Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Reino do Céu serásemelhante a dez virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro donoivo.
Ora, cinco delas eram insensatas e cinco prudentes.
Asinsensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo;
enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias.
Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram.
A meioda noite, ouviu-se um brado: 'Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!’
Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias.
Asinsensatas disseram às prudentes: 'Dai-nos do vosso azeite, porque as nossascandeias estão a apagar-se.’
Mas as prudentes responderam: 'Não, talveznão chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e comprai-o.’
Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontasentraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta.
Maistarde, chegaram as outras virgens e disseram: 'Senhor, senhor, abre-nos aporta!’
Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: Não vos conheço.’
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Índia: massacres de 2008 continuam na memória de todos


É necessário agir para se combater a intolerância religiosa que grassa na Índia e que tem tido particular expressão no Estado de Orissa. A denúncia é do arcebispo John Barwa, de Cuttack-Bhubaneswar, agora que se assinalou o terceiro aniversário dos massacres que assolaram a região. Segundo o prelado, a comunidade cristã local continua a enfrentar o assédio e a violência de todos os tipos, política, jurídica, económica e social. Para recordar os acontecimentos de 24 de Agosto, os cristãos de Orissa rezaram e reuniram-se para homenagear as vítimas e para levantar a voz contra as injustiças que ainda os atingem. "Há as pessoas que estão ainda apreensivas. Há algum progresso em direcção da paz e justiça mas há ainda muito mais que tem de ser feito", disse, à Fundação AIS, o arcebispo Barwa que substituiu o arcebispo Raphael Cheenath no passado mês de Fevereiro. John Barwa acrescentou que a sua "mensagem é clara: nós necessitamos de paz e tranquilidade. É preciso acabar com todas as formas de violência e morte.” Recorde-se que, há três anos, a comunidade cristã local foi vítima de diversos ataques em quase 300 aldeias, causaram a morte de mais de 70 pessoas.


Preocupante é o facto de que, na noite de domingo, 21 de Agosto, registou-se um novo ataque, desta vez à Igreja Católica de St. Mary, em Pune, no Oeste da Índia, com destruição de bíblias e outros livros religiosos, pinturas danificadas com graffitis e outros actos de vandalismo.


Entretanto, segundo também refere a agência Fides, na diocese de Cuttak-Bhubaneswar, o governo local está a violar de forma flagrante a liberdade religiosa dos cristãos, dificultando – ou até proibindo – o trabalho de reconstrução das igrejas destruídas durante a onda de violência ou a edificação de novos templos. A proibição de construção ou recuperação de Igrejas cristãs verifica-se também em outros Estados da Índia, como em Kandhamal e Nadagiri.


Recorde-se que a Fundação AIS tem vindo a apoiar estas comunidades vítimas de violência, facto sublinhado pelo arcebispo Barwa que agradeceu “a ajuda material mas também as orações dos cristãos”.

Departamento de Informação da Fundação AIS - info@fundacao-ais.pt

Quinta-feira da 21ª semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Jesus, The Word to be spoken, cap. 10

«Feliz esse servo a quem o senhor, ao voltar, encontrar assim ocupado»

Se às vezes temos a impressão de que o Mestre se foi embora, não será por nos termos afastado desta ou daquela irmã? Uma coisa nos assegurará sempre o céu: os actos de caridade e a gentileza com que tenhamos preenchido a nossa vida. Nunca saberemos o bem que um simples sorriso pode suscitar. Aos outros dizemos como Deus é grande, compreensivo e indulgente― seremos nós a prova viva disso mesmo? Dar-se-ão eles verdadeiramente conta de que essa grandeza, essa compreensão e essa indulgência vivem em nós?

Evangelho segundo S. Mateus 24,42-51.


Naquele tempo. disse Jesus aos seus discípulos: «Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Ficai sabendo isto: Se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a casa.
Por isso, estai também preparados, porque o Filho do Homem virá na hora em que não pensais.»
«Quem julgais que é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente da sua família para os alimentar a seu tempo?
Feliz esse servo a quem o senhor, ao voltar,encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo: Há-de confiar-lhe todos os seus bens.
Mas, se um mau servo disser consigo mesmo: 'O meu senhor está a demorar’,
e começar a bater nos seus companheiros, a comer e a beber com os ébrios,
o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e à hora que ele desconhece;
vai afastá-lo e dar-lhe um lugar com os hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.»

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

terça-feira, 23 de agosto de 2011


Terça-feira da 21 semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Comentário à 1ª carta de João VI, 3

«Limpa antes o interior»

«Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade. Por isto conheceremos que somos da verdade e, na Sua presença, sentir-se-á tranquilo o nosso coração» (1Jo 3,18-19). Que quer dizer «na Sua presença»? É ali, onde Deus vê. Eis porque razão o próprio Senhor diz no Evangelho: «Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu» (Mt 6,1). [...] Eis-te diante de Deus. Interroga o teu coração; vê o que fizeste e o que desejavas ao fazê-lo: a tua salvação ou uma vã glória humana? Olha para dentro, pois o homem não pode julgar aquilo que não pode ver. Se apaziguamos o nosso coração, façamo-lo diante de Deus.

«Pois se o nosso coração nos condena», isto é, se ele nos acusa interiormente, porque não agimos com a intenção que devíamos ter tido, «Deus é maior que o nosso coração e tudo conhece» (v. 20). Escondes aos homens o fundo do teu coração: esconde-o de Deus, se puderes! Como escondê-lo d'Ele, d'Ele a Quem um pecador, cheio de temor ou de arrependimento, dizia: «Onde é que eu poderia ocultar-me do Teu espírito? Para onde poderia fugir da Tua presença?» Com efeito, onde é que Deus não está? «Se subir aos céus, Tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, ali Te encontras» (Sl 138, 7-8). Para onde ir? Para onde fugir? Queres um conselho? Se queres fugir, foge na Sua direcção. Foge para Ele, confessando-te a Ele e não escondendo-te d'Ele; com efeito, não te podes esconder d'Ele, mas podes confessar-Lhe as tuas faltas. Diz-Lhe: «Tu és o meu refúgio» (Sl 31,7); e alimenta em ti o amor, que é a única coisa que conduz à vida.

Evangelho segundo S. Mateus 23,23-26.


Naquele tempo, disse Jesus:«Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas,porque pagais o dízimo da hortelã, do funcho e do cominho e desprezais o mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade! Devíeis praticar estas coisas, sem deixar aquelas.
Guias cegos, que filtrais um mosquito e engolis um camelo!
Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas,porque limpais o exterior do copo e do prato, quando por dentro estão cheios de rapina e de iniquidade!
Fariseu cego! Limpa antes o interior do copo,para que o exterior também fique limpo.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Segunda-feira da 21ª semana do Tempo Comum


Doroteu de Gaza (c. 500-?), monge na Palestina
Instruções, I, § 8-9; SC 92

Deus chama-nos incessantemente à conversão

A bondade de Deus, como refiro frequentemente, não abandonou os que Ele criou, mas continua a voltar-se para eles e a lembrar-lhes: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei» (Mt 11,28). Isso é: estais cansados, estais infelizes, tivestes a experiência do mal da vossa desobediência. Vinde, convertei-vos; vivei pela humildade, vós que estáveis mortos devido ao orgulho. [...]

Oh, meus irmãos, o que não faz o orgulho, e que poder é o da humildade! Que necessidade havia de todos esses desvios? Se desde o início o homem tivesse permanecido humilde e tivesse obedecido a Deus [...], não teria caído. Mesmo após a queda, Deus ofereceu-lhe uma ocasião de se arrepender e de obter misericórdia; mas ele manteve-se orgulhoso. Com efeito, Deus veio dizer-lhe: «Adão, onde estás» (Gn 3,9), ou seja: «De que glória caíste?» [...] Depois perguntou-lhe: «Porque pecaste? Porque desobedeceste?», querendo com isto que ele respondesse: «Perdoa-me». Mas [...] não encontrou nem humildade nem arrependimento, mas sim o contrário. O homem respondeu: «A mulher que me deste escarneceu de mim» (v. 12); não disse «a minha mulher» mas «a mulher que me deste», como quem diz: «o fardo que colocaste sobre a minha cabeça». E é assim, meus irmãos: quando um homem não aceita reconhecer que pecou, não receia acusar o próprio Deus.

Deus dirige-Se em seguida à mulher e pergunta-lhe: «Porque foi que, também tu, desobedeceste ao mandamento?», como se dissesse: «Tu, pelo menos, diz: Desculpa-me, para que a tua alma se humilhe e obtenha misericórdia». Mas [...] a mulher responde: «A serpente enganou-me» (v. 13), como que a dizer: «Se ele pecou, que culpa tenho eu?» Que dizeis, infelizes? [...] Reconhecei o vosso erro; tende piedade da vossa nudez! Mas nem um nem outro se dignou reconhecer que pecara.

Evangelho segundo S. Mateus 23,13-22.


Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque fechais aos homens o Reino do Céu! Nem entrais vós nem deixais entrar os que o querem fazer.
Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que devorais as casas das viúvas, com o pretexto de prolongadas orações! Por isso, sereis maisrigorosamente julgados.
Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito e, depois de o terdes seguro, fazeis dele um filho do inferno, duas vezes pior do que vós!
Ai de vós, guias cegos, que dizeis: 'Se alguém jura pelo santuário,isso não tem importância; mas, se jura pelo ouro do santuário, fica sujeito ao juramento.’
Insensatos e cegos! Que é o que vale mais? O ouro ou o santuário, que tornou o ouro sagrado?

Dizeis ainda: 'Se alguém jura pelo altar, isso não tem importância; mas, se jura pela oferta que está sobre o altar, fica sujeito ao juramento.’
Cegos! Qual é o que vale mais? A oferta ou o altar, que torna sagrada a oferta?
Portanto, jurar pelo altar é o mesmo que jurar por ele e por tudo o que está sobre ele;
jurar pelo santuário é jurar por ele e por aquele que nele habita;
jurar pelo Céu é jurar pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

domingo, 21 de agosto de 2011


A história de um pai misericordioso


Uma das parábolas mais conhecidas de Nosso Senhor Jesus Cristo é a do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32). Trata-se da história de um rapaz que pediu ao seu pai a sua parte na herança, e partiu para uma terra distante.

Lá passou a viver dissolutamente, desperdiçou os seus bens e padeceu necessidades. Para sobreviver, foi para o campo cuidar de porcos e desejava alimentar-se com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Caindo em si, disse:

- Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão e eu aqui passando fome! Levantar-me-ei e irei ter com o meu pai e lhe direi: Pai pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos empregados.

Levantando-se, voltou para a casa do pai. Ainda longe, o pai o avistou e movido de íntima compaixão, correu ao seu encontro e lançou-se ao seu pescoço e o cobriu de beijos. Então o filho lhe disse:

- Pai, pequei contra o céu e perante ti, já não sou digno de ser chamado teu filho.

Mas o pai falou para os criados:

- Trazei depressa a túnica mais preciosa e vesti nele, ponha no dedo um anel e sandálias nos pés. Trazei um bezerro cevado para matar e comamos alegremente, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, tinha-se perdido e foi achado. E celebraram com festa!

_____________________________________

Nosso Senhor contou esta estória para mostrar o amor de Deus pelo pecador que reconhece o seu estado de miserabilidade, que confessa o seu pecado e que se volta arrependido para os braços acolhedores do Pai Celestial.

No aspecto espiritual, o homem estava morto enquanto vivia no pecado, mas nasceu de novo ao renunciar ao pecado. Ao voltar-se para Deus, tornou-se nova criatura. As coisas velhas ficaram para trás e tudo se fez novo para o filho pródigo.

No aspecto material, o texto revela, também, o amor de um pai pelo seu filho. Mesmo diante de uma ingratidão, de uma grande decepção, o pai é o efetivo abrigo, é o coração afável que está sempre disposto a receber carinhosamente o filho amado.

Seja qual for o aspecto da vida que ele leva, o pai se alegra com o retorno do filho e só deseja a sua felicidade. Filhos, coloquem-se no papel do pai da presente ilustração e tentem experimentar a sua angústia pela falta de notícias, a preocupação por não saber do paradeiro do filho, a imensidão da sua saudade, da sua esperança de um dia reencontrar o filho perdido, e por fim a alegria do pai pela volta desse filho.

Reflitam sobre a atitude do pai ao celebrar, com alegria, aquele momento de felicidade com o filho que estava “morto” e que “reviveu”. Tentem entender como funciona o coração de um pai que verdadeiramente ama o seu filho. Filhos, honrem os vossos pais para que se prolonguem os vossos dias sobre a face da Terra.

Por isso, diariamente, reze pelo seu pai, e lhe diga:

- PAI, EU TE AMO!

Fonte: http://www.catequisar.com.br/AASCJ

Evangelho (Mt 16,13-20):


Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: «Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem?». Eles responderam: «Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas». «E vós», retomou Jesus, «quem dizeis que eu sou?». Simão Pedro respondeu: «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo». Jesus então declarou: «Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus». Em seguida, recomendou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Cristo.
-------------------------------------------------------------------------------------
Comentário: Rev. D. Joaquim MESEGUER García (Sant Quirze del Vallès, Barcelona, Espanha)

«Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem? (…) E vós, quem dizeis que eu sou?»

Hoje, a profissão de fé de Pedro em Cesareia de Filipe abre a ultima etapa do ministério público de Jesus preparando-nos para o acontecimento supremo da sua morte e ressurreição. Depois da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus decide retirar-se por algum tempo com os seus apóstolos para intensificar a sua formação. Neles começa a tornar-se visível a Igreja, semente do Reino de Deus no mundo.

Há dois Domingos atrás, ao contemplar como Pedro andava sobre as águas e se afundava nelas, escutávamos a repreensão de Jesus: «Que pouca fé! Porque duvidaste?» (Mt 14,31). Hoje, a repreensão é trocada por um elogio: «Feliz és tu, Simão, filho de Jonas» (Mt 16,17). Pedro é ditoso porque abriu o seu coração à revelação divina e reconheceu em Jesus Cristo o Filho de Deus Salvador. Ao longo da história colocam-se-nos as mesmas perguntas: «Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem? (…) e vós, quem dizeis que eu sou?» (Mt 16,13.15). Também nós, num momento ou outro, tivemos que responder quem é Jesus para mim e o que é que reconheço Nele; de uma fé recebida e transmitida por testemunhos (pais, catequistas, sacerdotes, professores, amigos…) passamos a uma fé personalizada em Jesus Cristo, da qual também nos convertemos em testemunhas, já que nisso consiste o núcleo essencial da fé cristã.

Somente desde a fé e a comunhão com Jesus Cristo venceremos o poder do mal. O Reino da morte manifesta-se entre nós, causa-nos sofrimento e apresenta-nos muitas interrogações; no entanto, também o Reino de Deus se faz presente no meio de nós e revela a esperança; e a Igreja, sacramento do Reino de Deus no mundo, cimentada na rocha da fé confessada por Pedro, nos faz nascer à esperança e à alegria da vida eterna. Enquanto houver humanidade no mundo, será preciso dar esperança e enquanto for preciso dar esperança, será necessária a missão da Igreja; por isso, o poder do inferno não a derrotará, já que Cristo, presente no seu povo, assim nos garante.


sábado, 20 de agosto de 2011


Sabedoria, 9


1. Deus de nossos pais, e Senhor de misericórdia, que todas as coisas criastes pela vossa palavra,
2. e que, por vossa sabedoria, formastes o homem para ser o senhor de todas as vossas criaturas,
3. governar o mundo na santidade e na justiça, e proferir seu julgamento na retidão de sua alma,
4. dai-me a Sabedoria que partilha do vosso trono, e não me rejeiteis como indigno de ser um de vossos filhos.
5. Sou, com efeito, vosso servo e filho de vossa serva, um homem fraco, cuja existência é breve, incapaz de compreender vosso julgamento e vossas leis;
6. porque qualquer homem, mesmo perfeito, entre os homens, não será nada, se lhe falta a Sabedoria que vem de vós.
7. Ora, vós me escolhestes para ser rei de vosso povo e juiz de vossos filhos e vossas filhas.
8. Vós me ordenastes construir um templo na vossa montanha santa e um altar na cidade em que habitais: imagem da sagrada habitação que preparastes desde o princípio.
9. Mas, ao lado de vós está a Sabedoria que conhece vossas obras; ela estava presente quando fizestes o mundo, ela sabe o que vos é agradável, e o que se conforma às vossas ordens.
10. Fazei-a, pois, descer de vosso santo céu, e enviai-a do trono de vossa glória, para que, junto de mim, tome parte em meus trabalhos, e para que eu saiba o que vos agrada.
11. Com efeito, ela sabe e conhece todas as coisas; prudentemente guiará meus passos, e me protegerá no brilho de sua glória.
12. Assim, minhas obras vos serão agradáveis; governarei vosso povo com justiça, e serei digno do trono de meu pai.
13. Que homem, pois, pode conhecer os desígnios de Deus, e penetrar nas determinações do Senhor?
14. Tímidos são os pensamentos dos mortais, e incertas as nossas concepções;
15. porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados.
16. Mal podemos compreender o que está sobre a terra, dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem, portanto, pode descobrir o que se passa no céu?
17. E quem conhece vossas intenções, se vós não lhe dais a Sabedoria, e se do mais alto dos céus vós não lhe enviais vosso Espírito Santo?
18. Assim se tornaram direitas as veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvos.

Bíblia Ave Maria - Todos os direitos reservados.


Evangelho segundo S. Mateus 23,1-12.


Naquele tempo, Jesus falou assim à multidão e aos seus discípulos:
«Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés.
Fazei, pois, e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar.
Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos.
Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas.
Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados 'mestres’ pelos homens.
Quanto a vós, não vos deixeis tratar por 'mestres’, pois um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos.
E, na terra, a ninguém chameis 'Pai’, porque um só é o vosso 'Pai’: aquele que está no Céu.
Nem permitais que vos tratem por 'doutores’, porque um só é o vosso 'Doutor’: Cristo.
O maior de entre vós será o vosso servo.
Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Sexta-feira da 20ª semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e doutor da Igreja
Oitava homília para a novena de Natal

«O maior e o primeiro mandamento»

Para poder amar muito a Deus no céu, é preciso, em primeiro lugar, amá-Lo muito na terra. O grau do nosso amor a Deus no fim da nossa vida será a medida do nosso amor a Deus durante a eternidade. Queremos adquirir a certeza de nunca nos separarmos desse Bem soberano na vida presente? Estreitemo-Lo cada vez mais nos laços do nosso amor, dizendo-Lhe com a Esposa do Cântico dos Cânticos: «Encontrei Aquele que o meu coração ama. Abracei-O e não O largarei» (Ct 3,4). Como é que a Esposa sagrada abraçou o seu Bem-Amado? «Com os braços da caridade», responde Guilherme [...]; «É com os braços da caridade que abraçamos a Deus», retoma Santo Ambrósio. Feliz daquele que puder gritar como São Paulino: «Que os ricos possuam as suas riquezas, que os reis possuam os seus reinos: a nossa glória, a nossa riqueza e o nosso reino, são Cristo!» E com Santo Inácio: «Dá-me apenas o Teu amor e a Tua graça, que isso me basta». Faz com que Te ame e que seja amado por Ti; não desejo nem tenho mais nada a desejar senão isso.


Evangelho segundo S. Mateus 22,34-40.


Naquele tempo, os fariseus ouvindo dizer que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, reuniram-se em grupo.
E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar:
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?»
Jesus disse lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.
Este é o maior e o primeiro mandamento.
O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

quinta-feira, 18 de agosto de 2011


Evangelho segundo S. Mateus 22,1-14.


Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes:
«O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho.
Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer.
De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’
Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio.
Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos.
O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade.
Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’
Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial.
E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu.
O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’
Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Espanha: Cristãos perseguidos, tema de exposição nas Jornadas Mundiais da Juventude


A perseguição aos cristãos está a ser um dos elementos de maior destaque na exposição que foi organizada como parte do programa cultural das Jornadas Mundiais da Juventude 2011. A exposição fotográfica e multimédia, denominada “cristãos perseguidos hoje”, decorre na Real Igreja de São Jerónimo, em Madrid, até dia 21, e é mais uma iniciativa da Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre).

Javier Fariñas, o responsável pelo Departamento de Comunicação do secretariado espanhol da AIS, disse, a propósito, que muitas pessoas ficam surpreendidas ao constataram que a vivência livre da fé pode ser altamente problemática em muitos países. “Nós somos desafiados pelo testemunho incrível das pessoas que continuam a viver no seu país, em suas casas, apesar de hostilidade, da violência, discriminação, apesar de tudo o que têm de suportar, por causa da sua fé cristã.” E acrescenta: “O que faria eu se vivesse sob as mesmas condições?”

A exposição da AIS conta a história de 15 mártires dos últimos 50 anos e descreve três exemplos de perseguição que atraiu alguma atenção nos meios de comunicação social. Trata-se de ataques contra cristãos em Gojra, Paquistão, no Estado de Orissa, Índia, e em Tibhirine, Argélia.

A exposição também apresenta curtos audiovisuais sobre a Nigéria, China, Sudão, Cuba e Iraque. Os visitantes são incentivados a rezar pelos cristãos perseguidos.

Departamento de Informação da Fundação AIS - info@fundacao-ais.pt



quarta-feira, 17 de agosto de 2011


Quarta-feira da 20ª semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho, nº 19

Os trabalhadores da vinha do Senhor

O Reino dos céus é comparado a um pai de família que contrata trabalhadores para cultivar a vinha. Ora, quem, a não ser o nosso Criador, merecerá com justiça ser comparado a tal pai de família, Ele que governa aqueles que criou, e que exerce neste mundo o direito de propriedade sobre os Seus eleitos como um amo o faz com os servos de sua casa? Possui uma vinha, a Igreja universal, que produziu, por assim dizer, tantos sarmentos quanto santos, desde Abel, o justo, até ao último eleito que nascerá no fim do mundo.

Este Pai de família contrata trabalhadores para cultivar a Sua vinha ao nascer do dia, à terceira hora, à sexta, à nona e à décima primeira, dado que não terminou, do princípio do mundo até ao fim, de reunir pregadores para instruir a multidão dos fiéis. O nascer do dia, para o mundo, era de Adão a Noé; a terceira hora, de Noé a Abraão; a sexta, de Abraão a Moisés; a nona, de Moisés até à vinda do Senhor; e a décima primeira, da vinda do Senhor até ao fim do mundo. Os santos apóstolos foram enviados para pregar nesta última hora e, apesar da sua vinda tardia, receberam o salário por completo.

O Senhor não pára, portanto, em tempo algum, de enviar trabalhadores para cultivar a Sua vinha, isto é, para ensinar o Seu povo. Porque, enquanto fazia frutificar os bons costumes do Seu povo através dos patriarcas, dos doutores da Lei e dos profetas, e finalmente dos apóstolos, Ele procurava, por assim dizer, que a Sua vinha fosse cultivada por intermédio dos Seus trabalhadores. Todos aqueles que, a uma fé justa, acrescentaram boas obras, foram os trabalhadores dessa vinha.


Evangelho segundo S. Mateus 20,1-16a.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Com efeito, o Reino do Céu é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha.
Saiu depois pelas nove horas, viu outros na praça, que estavam sem trabalho,
e disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.’
E eles foram. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde, e fez o mesmo.
Saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes: 'Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’
Responderam-lhe: 'É que ninguém nos contratou.’ Ele disse-lhes: 'Ide também para a minha vinha.’
Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz: 'Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.’
Vieram os das cinco da tarde e receberam um denário cada um.
Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também eles, um denário cada um.
Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo:
'Estes últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.’
O proprietário respondeu a um deles: 'Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos?
Leva, então, o que te é devido e segue o teu caminho, pois eu quero dar a este último tanto como a ti.
Ou não me será permitido dispor dos meus bens como eu entender? Será que tens inveja por eu ser bom?’
Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

terça-feira, 16 de agosto de 2011


Terça-feira da 20 semana do Tempo Comum


Comentário ao Evangelho do dia feito por
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
Conselhos e Máximas, nos. 355-357, 362, ed. 1963

Espírito de posse ou pobreza em Espírito?

Não acalenteis outro desejo senão o de entrar, em relação a tudo o que existe à face da terra, no distanciamento, no nada e na pobreza apenas por amor de Cristo: não tereis outra necessidade além daquela a que tenhais submetido o vosso coração. O pobre em espírito nunca é mais feliz do que quando se encontra na indigência, e aquele cujo coração nada deseja põe-no sempre ao largo.

Os pobres em espírito (Mt 5, 3) dão com extrema liberalidade tudo o que possuem. O seu prazer consiste em prescindir de tudo oferecendo-o por amor de Deus e do próximo [...]. Não são apenas os bens, as satisfações e os prazeres deste mundo que nos atam e que atrasam no nosso itinerário para Deus; se as recebermos ou se as buscarmos com espírito de posse, as alegrias e as consolações espirituais podem, também elas, constituir um obstáculo ao nosso caminho para o Céu

Evangelho segundo S. Mateus 19,23-30.


Naquele tempo Jesus disse aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu.
Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.»
Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefactos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?»
Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.»
Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?»
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna.
Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Assunção de Nossa Senhora


A morte da Virgem Maria chama-se dormição, porque foi sonho de amor. Não foi triste nem doloroso; foi o cumprimento dum desejo. É probabilíssimo e hoje bastante comum a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos apóstolos. A tradição antiga localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu filho celebrara os mistérios da Eucaristia e onde, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os apóstolos.
Hoje, sobre a parte da área que a Basílica de Constantinopla ocupou, levanta-se a "igreja da Dormição", magnífica rotunda de estilo gótico, consagrada em 1910, cujas pontiagudas torres se descobrem de todos os ângulos de Jerusalém. É lugar preferido por fiéis de todas as confissões cristãs para o seu último descanso na terra. Assim vê-se rodeada de cemitérios católico, grego, arménio e protestante anglicano.
Por meio da Constituição Apostólica "Munificentissimus Deus", definiu Pio XII esta doutrina como dogma de fé. Dada em Roma, junto de S. Pedro, no ano do grande Jubileu, mil novecentos e cinquenta, no dia primeiro de Novembro, festa de todos os Santos.

Evangelho segundo S. Lucas 1,39-56.


Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?
Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio.
Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»
Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.»
Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

domingo, 14 de agosto de 2011


Frase do Dia

Amai-vos uns aos outros Como eu vos amei, assim também deveis amar uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: Se vos amardes uns aos outros.

Jesus Cristo (Jo 13,34s)

20º Domingo do Tempo Comum - Ano A


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Sermão 35, 3º para o 2º Domingo da Quaresma

«Enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel»

«Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel», declara o Senhor. Podemos dizer, em suma: [...] foi enviado àqueles a quem tinha sido prometido, pois está dito que «as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência» (Gl 3,16). A promessa, feita no tempo, cumpre-se a seu tempo, para os judeus e a partir dos judeus, segundo o que está escrito: «A salvação vem dos judeus» (Jo 4,22). Nascido deles segundo a carne, foi a eles que Cristo foi enviado, quando o tempo se cumpriu; fora a eles que Ele fora prometido no princípio do tempo, fora-lhes predestinado antes de todos os tempos. Predestinado para os judeus e para os pagãos, nascido unicamente dos judeus, sem intermediário na carne, foi apresentado à nascença, segundo a carne, àqueles a quem tinha sido prometido. [...]

Mas o nome «Israel» significa «homem que viu a Deus»: portanto, esse nome aplica-se, por pleno direito, a todo o espírito racional. Daí, podemos compreender que «a casa de Israel» abarca também os anjos, esses espíritos predestinados à visão de Deus. [...] Enquanto essas noventa e nove ovelhas [...], na montanha da visão e do deleite do seu pastor ─ quer dizer, do Verbo de Deus ─, caminham soltas e se deitam sem temor nas pastagens verdejantes e sempre abundantes (Sl 23,2), o bom Pastor desceu de junto do Pai quando «já era tempo de lhes perdoar» (Sl 102,14). Foi enviado misericordiosamente ao tempo, Ele que [...] tinha sido prometido desde toda a eternidade; veio procurar a única ovelha que estava perdida (Lc 15,4ss.). [...]

O bom pastor foi, pois, enviado para restaurar o que estava partido, para fortificar o que era fraco (cf Ez 34,16). O que estava partido e era fraco era o livre arbítrio do homem. Outrora, querendo elevar-se acima de si próprio, ele tinha caído; não tendo força para se sustentar, ficou esmagado e partido [...], totalmente incapaz de voltar a erguer-se. Consolidado, por fim, e reconfortado pelo próprio Cristo [...], sem, no entanto, estar completamente vigoroso ─ tanto que não se encontrava entre as outras noventa e nove ovelhas que estavam nas pastagens abundantes ─, foi transportado nos braços do pastor, como está escrito: «Leva os cordeiros ao colo e faz repousar as ovelhas que têm crias» (Is 40,11).

Evangelho segundo S. Mateus 15,21-28.


Naqueles dias, Jesus partiu dali e retirou-se para os lados de Tiro e de Sídon.
Então, uma cananeia, que viera daquela região, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio.»
Mas Ele não lhe respondeu nem uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-lhe com insistência: «Despacha-a, porque ela persegue-nos com os seus gritos.»
Jesus replicou: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.»
Mas a mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: «Socorre-me, Senhor.»
Ele respondeu-lhe: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros.»
Retorquiu ela: «É verdade, Senhor, mas até os cachorros comem as migalhas que caem da mesa de seus donos.»
Então, Jesus respondeu-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas.» E, a partir desse instante, a filha dela achou-se curada.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

sábado, 13 de agosto de 2011